Dados fracos sobre o desempenho da indústria, do comércio e dos serviços nos primeiros três meses do ano apontam que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre pode vir negativo. Essa possibilidade de encolhimento da economia é prevista por alguns analistas, e é observada também pelo Banco Central. Nesta terça-feira (14), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulgou a ata de sua última reunião, em que avaliou que existe “probabilidade relevante” de que o PIB tenha registrado um “ligeiro” recuo no primeiro trimestre de 2019. Se isso se confirmar, pode ser a primeira vez que a economia ‘encolhe’ desde 2016.
Os dados oficiais sobre o desempenho do PIB serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) no próximo dia 30. Mas os resultados dos principais componentes do PIB já são conhecidos. Os analistas ouvidos pelo G1 atribuem o resultado fraco da economia no começo de 2019 a uma frustração das expectativas por reformas econômicas – o que atrasa decisões de investimentos por parte dos empresários e de consumo para os investidores. “A gente teve um primeiro trimestre de muito ruído, e isso impacta na perspectiva da atividade econômica. A gente vê investidores segurando o freio de mão, segurando o que poderiam colocar na economia”, comenta o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, que comenta ainda o efeito da frustração sobre o consumo.
“Se você vai comprar um carro, uma casa, ou até produtos eletrônicos ou de linha branca, são decisões de consumo nas quais você tem que pensar antes. E a perspectiva é que esse consumo vá ser adiado se você tem medo do desemprego.”