O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (5), em um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, que não existe rivalidade entre a ala ideológica do governo – influenciada pelo escritor Olavo de Carvalho – e a corrente militar, composta por generais que ocupam altos cargos no Executivo federal. “Não existe [disputa de] olavetes contra militares”, afirmou o presidente aos jornalistas, referindo-se à disputa entre as alas “ideológica” e “pragmática” do governo.
Radicado nos Estados Unidos e autointitulado “filósofo”, Olavo de Carvalho se tornou uma espécie de “guru” de Bolsonaro e dos filhos do presidente. A influência do escritor sobre o novo governo garantiu a indicação para a administração pública de alguns de seus discípulos, entre os quais o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, e o das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. No entanto, ao longo dos três primeiros meses de governo, a ala mais ideológica da gestão Bolsonaro acabou entrando em conflito com outra corrente com grande influência sobre o presidente da República, a dos militares, chamada de ala “pragmática”.
Bolsonaro nomeou generais para várias cadeiras do primeiro escalão. O mais influente dos militares do governo é o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, amigo pessoal do presidente e uma espécie de conselheiro político.