Boa parte do funcionalismo público da Bahia vai paralisar suas atividades por 24h durante esta terça-feira (2). Na busca de maior diálogo com o governo, o Sindicato dos Servidores da Fazenda (Sindisefaz), Saúde (Sindsaúde), Judiciário (Sinpojud), Professores (APLB) e dos trabalhadores de educação de terceiro grau (Sintest), farão uma caminhada com concentração ás 9h no Campo Grande, que vai até a Praça Castro Alves.
Reajuste linear tanto para quem está na ativa quanto aos aposentados, pagamento da URV e melhorias no Planserv, são as principais pautas dos manifestantes. De acordo com o diretor de organização do Sindsefaz, Claudio Meirelles, o protesta busca forçar um inicio de negociação. “Sabemos que o estado vive um momento difícil, mas queremos que o governador nos ouça. Até agora não tivemos nenhuma sinalização sobre nossas pautas. Hoje não há qualquer diálogo com os sindicatos. Que o governo se sensibilize e converse conosco. Essa é a nossa principal meta”, relata o sindicalista.
Ainda de acordo com Meirelles, toda a categoria teve uma perda salarial acumulada de 25% desde 2013, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo levantamento das entidades envolvidas na manifestação, cerca de 30 mil servidores tem o vencimento básico abaixo do salário mínimo. Já o coordenador geral da APLB, Rui Oliveira, lembra que a insatisfação dos servidores não é de agora e que outras ações já aconteceram por parte dos servidores. “Desde o início do ano que realizamos atividades para lutar em defesa do funcionalismo público na Bahia e denunciando a qualidade dos serviços públicos. Nos manifestamos na Lavagem do Bonfim, na Mudança do Garcia”, disse. As escolas estaduais não terão aula nesta terça.
Outro grande problema enfrentado pelos servidores é o sistema de folha de pagamento RH Bahia, implementado em janeiro desse ano. “Recebemos os contra-cheques com salários menores, sem gratificações, com cortes na insalubridade, transporte e alimentação, fora o Planserv. São três meses consecutivos de perda”, denuncia a presidente do Sindisaúde, Ivanilda Brito. A presidente informa que os atendimentos de urgência e emergência, além de vacinas e farmácia vão funcionar durante a paralisação. O serviço ambulatorial não terá atendimento.
As reclamações referente ao Planserv tem aumentado bastante desde que foi anunciado um corte de R$ 200 mi, o equivalente a 50 % do orçamento plano de saúde. A demora para conseguir uma consulta já é visto como uma consequência da medida.”Para marcar qualquer consulta está complicado. Colocaram cotas para o atendimento e antes o que a gente conseguia no mesmo mês, agora demoramos um ou dois meses para conseguir”, relata a presidente do Sindisaúde.