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DETOX HEPÁTICO: RECARREGUE O ORGANISMO APÓS A FOLIA

Redação - 04/04/2019 13:00

Se para alguns o ano só começa depois do Carnaval, os excessos vêm desde a temporada das festas de fim de ano e podem provocar males constantes ao organismo. Distensão abdominal, cólicas persistentes, sensação de estômago pesado, alterações na pele, retenção de líquidos e irritação inexplicável são sinais de que o fígado está sobrecarregado. Tudo é metabolizado por ele – da torrada sem glúten do café da manhã ao hidratante pós-banho, do ar que você respira à água que bebe. “O órgão funciona como um filtro: inativa e neutraliza as substâncias contaminantes que circulam no organismo – álcool, cafeína, gorduras, aditivos químicos dos alimentos e dos cosméticos, defensivos agrícolas e poluentes da água e do ar”, explica Andréa Alvarenga, clínica geral com especialização em medicina tradicional chinesa, de Brasília.

Não é de se estranhar que o próprio fígado precise de uma limpeza. Mas é bom esclarecer que o detox hepático vai muito além do ritual com suco verde – o ponto de partida é um protocolo alimentar criado, em 2005, pelo médico alemão Andreas Moritz para limpar fígado e vesícula. O processo serve também para reequilibrar o corpo após períodos de excesso, como o Carnaval, ou quando há o uso prolongado de medicamentos.

“Quando fico inchada, cansada sem motivo e tenho mais fome que o normal, sei que chegou a hora de fazer um detox hepático”, conta Jéssica Nóboa, nutricionista da clínica da carioca Patricia Davidson. O tratamento, segundo ela, é simples, mas precisa ser bem orientado, principalmente se o paciente deseja manter as atividades físicas. “No geral, é necessário fazer adaptações alimentares, excluindo produtos industrializados, café, açúcar, álcool, proteína animal, fontes de gordura, trigo e açúcar”, diz. Nos permitidos estão frutas, verduras e legumes, águas aromatizadas e chás. Entre os benefícios, a nutricionista destaca melhora na disposição, pele mais viçosa, redução de inchaço e perda de peso. O protocolo da clínica dura de sete a dez dias, respeitando as intolerâncias e individualidades metabólicas de cada paciente.

No Instituto Matuoka, em São Paulo, a limpeza do sistema hepático faz parte do programa Detox Power de 21 dias. “Nesse período, tratamos não apenas do fígado, mas do intestino, rins, pâncreas e vesícula, já que estamos lidando com um sistema complexo como o corpo humano”, afirma Amélia Matuoka, médica com mestrado em nutrologia e em fisiologia humana e especialização em homeopatia. “A limpeza hepática propriamente dita dura sete dias, com dieta funcional e suplementos antioxidantes e anti-inflamatórios que ajudam nas funções do fígado. ”Nesse período, o paciente é constantemente monitorado por profissionais da clínica, já que pode haver sintomas como náuseas, cólicas e hipotermia.

Mas basta um detox e tudo bem? Não é bem assim. Uma dieta saudável, rica em alimentos que protejam o fígado, deve fazer parte da rotina. “Para o bom funcionamento dele, os alimentos ultraprocessados, ricos em gordura e açúcar devem ser evitados. Prefira os naturais e, de preferência, orgânicos. E tenha cuidado com o álcool, que é metabolizado pelo fígado e, se sobrecarregado por essa função, deixa de processar nutrientes e hormônios importantes”, diz a nutricionista Patrícia Davidson. É indicado ainda o consumo de alimentos que trazem antioxidantes fundamentais para o bom funcionamento do órgão, como selênio, zinco, magnésio, glicosinolato e glutationa – presentes na beterraba, cenoura, espinafre, alcachofra, aspargos, brócolis, couve, rúcula, castanha-do-pará, semente de abóbora, alho, coentro.

Outra ajuda importante vem dos chás e fitoterápicos. “Carqueja, boldo, alcachofra, hortelã e dente-de-leão são infusões que comprovadamente beneficiam o órgão”, afima Jamar Tejada, farmacêutico homeopata de São Paulo. Ele destaca também a silimarina, proveniente do cardo-mariano, uma erva: “Essa substância regenera as células lesionadas pelo excesso de substâncias tóxicas”. Atividades físicas e controle do estresse também fazem parte do pacote, já que o bom funcionamento do fígado significa saúde e metabolismo em alta.

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