Em meio a dificuldades financeiras, os nove estados da Região Nordeste pretendem se unir num consórcio para unificar e baratear a aquisição de materiais, compartilhar tecnologias de gestão e propor integração de quadros de profissionais na atuação em frentes como saúde, segurança e educação. Um protocolo de intenções será assinado quinta-feira no Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão. A medida deve ajudar os governadores a poupar recursos e lidar com a falta de espaço no orçamento para realizar novos concursos e suprir deficiências de pessoal. Cinco dos nove estados da região já ultrapassaram o limite de gastos com salários e aposentadorias, segundo dados de 2017 divulgados pelo Tesouro Nacional, e há casos de atrasos recorrentes de salários.
O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, que está sendo chamado apenas de Consórcio Nordeste, começou a ser gestado na Bahia e ganhou a adesão de todos os estados da região, que já tinham um Fórum de Governadores que vinha atuando de maneira conjunta em discussões como a reforma da Previdência. A reunião desta semana é o primeiro passo para dar ao grupo uma personalidade jurídica, com CNPJ e Conselho de Administração, que passará a centralizar, por exemplo, as encomendas de medicamentos para a região.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), explica que a iniciativa traz “ganho de escala” às aquisições e terá como resultado a economia de recursos para todos os estados que integram o grupo. Insumos da área de saúde, por exemplo, são comercializados em dólar, e a ampliação no volume das encomendas vai dar ao consórcio maior poder de barganha para negociar descontos. Na segurança, a ideia é ampliar essa sinergia com a criação da Força Nordeste – uma espécie de Força Nacional de caráter local.