Segundo pesquisa da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), pelo segundo ano consecutivo, o número de postos de trabalho aumentou para as mulheres da RMS, em 2018, todavia, a População Economicamente Ativa (PEA) aumentou entre elas com maior intensidade. Com isso, o contingente e a taxa de desemprego de mulheres cresceram, com o primeiro chegando ao maior patamar anual da série histórica, iniciada em 1997, e a segunda alcançando o maior percentual, desde 2003.
O aumento da ocupação não foi suficiente para reduzir o desemprego entre as mulheres, o que levou a uma piora na sua inserção ocupacional, haja vista terem diminuído a sua proporção entre os ocupados e aumentado entre os desempregados. Em termos setoriais, reduziram sua presença relativa na Indústria de Transformação e elevaram nos Serviços, permanecendo praticamente estável no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas. Em relação à posição ocupacional, elas aumentaram sua presença em inserções mais precárias, como no assalariamento privado sem carteira de trabalho assinada, no trabalho autônomo e no trabalho doméstico diarista, enquanto reduziu em posições mais estruturadas, como no setor público e no emprego privada com carteira assinada.
O número de pessoas trabalhando na Região Metropolitana de Salvador (RMS) apresentou acréscimo. Em 2018 houve aumento de 2,0% ou de 29 mil pessoas. Por outro lado, a População Economicamente Ativa elevou-se em 81 mil pessoas, o que acresceu em 52 mil pessoas o contingente de desempregados. Com esses movimentos, a taxa de desemprego total na RMS aumentou para 25,7%. O crescimento da ocupação beneficiou mais os homens (mais 19 mil postos) que as mulheres (10 mil), ainda que o número de homens (mais 39 mil) na força de trabalho tenha aumentado menos que o de mulheres (mais 42 mil), o que denota maiores dificuldades encontradas por elas em acessar postos de trabalho.
O aumento da PEA em intensidade superior ao acréscimo da ocupação fez com que o contingente de mulheres desempregadas se elevasse (13,0% ou 32 mil pessoas). Entre os homens o contingente de desempregados também se elevou, contudo, em menor proporção (9,0% ou 20 mil pessoas). Entre as mulheres, elevaram-se as proporções de pessoas desempregadas na faixa etária de 25 a 39 anos, negras e que ocupam a posição de cônjuge no domicílio.
Já, entre os homens, cresceu a representação da faixa etária mais velha, entre 50 e 59 anos, negros e que respondem pela chefia do domicílio (Tabelas 8 e 9 – Anexo Estatístico). Esses movimentos representaram pequenas mudanças na distribuição de homens e de mulheres no mercado de trabalho, aumentando relativamente a desigualdade entre suas inserções. A sobrerrepresentação das mulheres entre os desempregados, sempre significativa, cresceu pelo segundo ano seguido, passando de 52,7% para 53,6% entre 2017 e 2018. Houve leve redução na proporção de mulheres na população ocupada – de 46,6% para 46,3%; e também pequena elevação na sua participação no mercado de trabalho, que passou de 48,0% para 48,2%.
O aumento no número de mulheres no mercado de trabalho em 2018 implicou em crescimento na sua taxa de participação (1,3 p.p) – indicador que estabelece a proporção de pessoas com dez anos de idade ou mais presentes no mercado de trabalho, como ocupadas ou desempregadas. A taxa participação dos homens, que historicamente é bastante superior, cresceu em menor proporção. Enquanto a participação feminina passou de 50,7% da População em Idade Ativa (PIA), em 2017, para, 52,0% em 2018, a dos homens aumentou de 66,1% para 67,2%, no mesmo período.