Seis em cada dez famílias (60,2%) relataram ter dívidas em abril, aponta a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC). O porcentual é pouco menor que o verificado em março, quando 61,2% das famílias estavam endividadas, e em abril de 2017, quando 62,1% informaram ter dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro ou seguro. Na avaliação da economista da CNC, Marianne Hanson, a queda reflete o ritmo menor de recuperação do consumo.
O porcentual de famílias com dívidas ou contas em atraso também diminuiu em abril de 2018. Passou de 25,2%, em março, para 25% no mês passado. Em abril de 2017, 25,4% informaram estar inadimplentes. No período pesquisado, porém, 10,3% das famílias pesquisadas declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso. Portanto, permaneceriam inadimplentes. O porcentual é levemente superior ao verificado em março de 2018 (10%) e no mesmo período do ano passado (10,2%).
A análise da PEIC por faixa de renda não mostra variações relevantes. Na comparação com março, o número de famílias endividadas diminuiu em ambas as faixas de renda tanto na faixa de até dez salários mínimos quanto na faixa acima de dez salários mínimos. Na comparação anual, porém, apenas o porcentual de famílias com renda mais baixa registrou queda – 62%, em abril de 2018, ante 64,1% no mesmo período de 2017.
O cartão de crédito continua em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida. 76,1% das famílias se declararam endividadas no cartão em abril. As dívidas com cheque especial, que afetavam 6,1% das famílias de forma geral em abril, pesa mais para as famílias de renda mais alta: 9,5% dos entrevistados nessa faixa. Já as dívidas com carnês afetas 16,5% do total de famílias, mas 17,8% das famílias de renda mais baixa.