Na posse do governador reeleito Rui Costa (PT) ontem, o senador eleito Angelo Coronel (PSD) se despediu da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), que comandou por dois anos. “A nossa gestão deixa uma AL-BA mais moderna tecnológica e mais confortável para deputados e servidores. Fecho o meu ciclo de quase dois anos na presidência, com sentimento do dever cumprido”, afirmou, em seu discurso. “Vinte quatro anos depois, eu deixo essa Casa. Quase metade da minha vida. Vou sentir saudades, vou sentir falta deste ambiente onde costurei laços fortes e lancei pontes em direção ao entendimento e à amizade. Tenho somente a agradecer e a celebrar, aonde estiver, esta valorosa e calorosa Assembleia Legislativa da Bahia”, acrescentou.
Coronel pediu mudanças na prática política. “Políticos precisam se livrar dessa aura de semideuses, de que podem tudo, de que são mais especiais do que os outros. somos ungidos pelo mandato popular, concedido pelo povo: não somos os enviados de deus. Talvez, por isso a classe política esteja desacreditada, achando que pode tudo. Que é superpoderosa e que ficará impune por seus atos […] Não pode mais, amigos e amigas. os tempos são outros. O povo, nas últimas eleições, mostrou que quer mudanças, acertando ou não, quer transformação. E quem não perceber essa mudança dos ventos para outra direção, vai penar na vida pública”, salientou.
Coronel será substituído na presidência da Assembleia pelo deputado Nelson Leal (PP). O progressista vai assumir a Casa em fevereiro após um acordo da bancada. Pelo pacto, ele chefiará a AL-BA no biênio 2019-2020. Já o parlamentar Adolfo Menezes (PSD) no período 2021-2022. Coronel fez uma ponderação sobre essa articulação. “Sei que daqui a dois anos vamos ter Adolfo Menezes como candidato, mas que outros deputados começam a ensaiar uma candidatura. Acho prematuro lançar um presidente com dois anos de antecedência, mas foi lançado e vamos torcer para que Adolfo Menezes consiga costurar para manter o seu nome até chegar a vez de suceder Nelson Leal”, disse recentemente, em entrevista à imprensa.
Eleito senador, Coronel afirmou que vai para uma Casa Legislativa que é vista como “sisuda”, mas ressaltou que não pretende mudar a postura. Ele defende que o presidente do PSD na Bahia, o senador eleito Otto Alencar, seja o candidato a sucessão de Rui Costa em 2022, mas não descarta a hipótese dele próprio concorrer. “Se for missão, estarei pronto para cumprir. Se não for, tenho uma missão de tentar fazer Otto governador da Bahia”, declarou.