Por Gabriela Marotta
O índice de desemprego atingiu 13,7 milhões de brasileiros (13,1%) no primeiro trimestre de 2018. O que mais chama atenção nos números revelados nesta sexta (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), por meio na pesquisa Pnad Contínua, é que esse é o maior nível registrado desde maio de 2017.
Para o economista e editor do portal Bahia Econômica, Armando Avena, o resultado surpreende porque, embora lento, o Brasil está retomando o seu crescimento econômico. Porém, mesmo com uma recuperação gradual, Avena elenca quatro situações que acredita serem grandes motivadores para que as taxas de desemprego, ao invés de cair, continuem crescendo.
As incertezas sobre as próximas eleições encabeça os motivos do economista. “Há uma grande incerteza no mercado por conta das eleições e da total imprevisibilidade sobre quem assumirá a presidência da República. Então, como a economia é expectativa, não há investimento”, diz.
O segundo motivo vem como consequência desta falta de investimento. Segundo Avena, houve um aumento da produtividade das empresas que “cresceu de tal modo que, o trabalho que antes era feito com dez funcionários, agora está sendo feito por cinco”.
Além disso, a queda nos juros não está sendo repassada para os bancos – um dos responsáveis pela demora na retomada do crescimento econômico. O quarto e último motivo, nos diz o editor, é que a falta de um posto de trabalho com carteira assinada aumenta o número de trabalhadores informais. “Pessoas que tem trabalhado por conta própria porque, como não encontram trabalho, acabam virando autônomas e assim permanecem”, esclarece Avena.