De janeiro a novembro deste ano, os pedidos de falência no Brasil recuaram 14,7%, em relação ao mesmo período do ano passado, já os pedidos de recuperação judicial tiveram alta de 5,1%, segundo levantamento da Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
Para Rosely Cruz, presidente do Instituto Brasileiro de Administração Judicial (IBAJUD), os dados mostram a importância desse instrumento jurídico para a retomada econômica das empresas, com um reflexo direto na manutenção de empregos no Brasil. “Temos hoje mais de 12 milhões de desempregados no país. A perda de postos de trabalho pelo encerramento de uma única atividade empresarial tem uma influência brutal no agravamento dessa situação”, Rosely Cruz.
Em 2018, o Brasil assistiu grandes marcas, como Dolly, Grupo Abril, Saraiva, Cultura e Viracopos apresentarem na justiça os seus pedidos de recuperação judicial. O caso mais recente ocorreu na semana passada com a Avianca, uma das quatro maiores aéreas que atuam no Brasil.
O Promotor de Justiça da Falência e Recuperação Judicial do Estado de São Paulo e diretor acadêmico do IBAJUD, Dr. Eronides dos Santos, faz uma análise desse segundo semestre como reflexo dos últimos dois anos da crise econômica do Brasil. “O empresário não se utiliza imediatamente da recuperação judicial. Ele tem um imenso receio dos desgastes que um processo de recuperação judicial provoca”, diz ele.