A polêmica da construção do BRT de Salvador ganhou um novo capítulo. O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) indeferiu, este mês, o pedido da prefeitura de Salvador para tamponar o Rio Camarajipe. O motivo para a não concessão da licença, segundo o órgão, é que o tamponamento prejudicaria a captação de água em tempo seco e reduziria a capacidade de esgotamento sanitário.
“A solicitação de outorga para fins de canalização e tamponamento de alguns trechos do rio Camarajipe não poderá ser atendida devido às interferências com o Sistema de Abastecimento de Água e com o Sistema de Esgotamento Sanitário da cidade de Salvador operado pela Embasa. A implantação da canalização e o tamponamento desse trecho do manancial conforme requerido pelo Consórcio BRT Salvador é tecnicamente conflitante com o sistema de abastecimento humano (uso prioritário por lei) e esgotamento sanitário do município”, diz o documento. Procurada, a Prefeitura de Salvador afirmou que irá se manifestar em breve.
O documento do Inema, recebido aponta ainda que a Embasa afirma que as obras do modal podem “acerretar interferências significativas no Sistema de Abastecimento de água”. “O sistema viário do BRT dificultará e inviabilizará o acesso e a manutenção adequada ao interceptor de DN 2400 que transporta 70% do esgoto coletado na cidade de Salvador. Assim, caso haja necessida de manutenção ou reparo, o BRT poderá ser paralisado no período dos serviços e, em maior gravidade, poderá ser danificado ou destruído com possibilidade de causar acidentes graves”.