Em um blog na internet, o futuro ministro da educação Ricardo Velez Rodriguez escreveu no mês passado que o Ministério da Educação tem como “tarefa essencial” recolocar os ensinos básico e fundamental “a serviço das pessoas”. “Enxergo, para o MEC, uma tarefa essencial: recolocar o sistema de ensino básico e fundamental a serviço das pessoas e não como opção burocrática sobranceira aos interesses dos cidadãos, para perpetuar uma casta que se enquistou no poder e que pretendia fazer, das Instituições Republicanas, instrumentos para a sua hegemonia política”, escreveu.
Ainda no texto, intitulado “Um roteiro para o MEC”, afirmou que os brasileiros se tornaram “reféns” de um sistema de ensino “alheio” à vida das pessoas e “afinado” com uma tentativa de impor a “doutrinação de índole cietificista e esquistada na ideologia marxista”. Escreveu, também, que essa “ideologia” tenta ensinar questões de gênero, a “dialética do ‘nós contra eles'” e a “reescrita” da história. “[A ideologia é] destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em soma, do patriotismo”, publicou.
Entre os livros que Rodriguez escreveu estão “A Grande Mentira. Lula e o Patrimonialismo Petista” (2015); “Da guerra à pacificação: a escolha colombiana” (2010); “Estado, cultura y sociedad en la América Latina” (2010); “Patrimonialismo e a realidade latino-americana” (2006). Durante toda a campanha eleitoral, Bolsonaro criticou o que costuma chamar de “ideologia de gênero” nas salas de aula, afirmando reiteradas vezes que “quem ensina sexo é papai e mamãe”. Recentemente, ao comentar os planos para o Ministério da Educação, Bolsonaro afirmou que o ministro seria alguém com “autoridade”, capaz de entender que o Brasil é um país “conservador”.