O potencial de crescimento da zona do euro se recuperou de mínimas atingidas durante a crise da dívida, mas permanece abaixo de seu nível pré-crise e, com uma população envelhecida, continuará sob pressão, disse o Banco Central Europeu nesta segunda-feira (5). O crescimento moderado tem sido um problema-chave para a Europa na última década e os indicadores sugerem que um boom raro nos últimos dois anos está começando a fracassar, com o crescimento retornando abaixo de 2%, uma preocupação central para o BCE, que espera maiores pressões inflacionárias.
O crescimento potencial, ou a taxa que pode ser sustentada sem gerar inflação excessiva, caiu para menos de 1% durante os piores anos da crise, mas agora é estimado em cerca de 1,5%, disse o BCE em um Boletim Econômico. “As estimativas disponíveis indicam que o crescimento potencial da área do euro aumentou nos últimos anos, embora permaneça mais fraco do que antes da crise financeira global”, disse o BCE. “O envelhecimento da população deverá exercer pressão de queda sobre o crescimento potencial da área do euro nas próximas décadas.”
Ainda assim, por enquanto, o bloco monetário parece estar operando próximo ao potencial, já que o crescimento acima do potencial nos últimos anos absorveu sua capacidade ociosa. “É provável que as restrições da oferta se tornem cada vez mais vinculantes, o que pode levar a um fortalecimento gradual do crescimento salarial e da inflação subjacente”, disse o BCE. A economia da zona do euro cresceu 1,7% ao ano no terceiro trimestre, uma grande desaceleração em relação aos trimestres anteriores, e o estudo do BCE sugere que qualquer nova queda poderia arrastá-la abaixo do potencial, quando as pressões inflacionárias podem diminuir.