A Reforma da previdência foi motivo de retirada de votos de seus principais defensores na câmara federal. Mesmo tendo ficado à margem nas discussões eleitorais do primeiro turno, o fracasso da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados reverberou nas urnas. Dos 23 parlamentares que votaram a favor da Proposta de Emenda à Constituição, que modifica as regras para concessão de aposentadoria e pensão na Comissão Especial da reforma, apenas cinco continuarão no Congresso pelos próximos quatro anos.
Já dos 14 que votaram contra, 10 conseguiram se reeleger. Durante a tramitação da PEC, era recorrente o alerta dos opositores da reforma sobre o risco de derrota das urnas nas eleições deste ano. Muito parlamentares favoráveis à reforma disseram na época que votariam contra a proposta pela proximidade com as eleições. A aprovação da reforma da Previdência na Comissão Especial ainda em 3 de maio de 2017 por uma ampla margem – 23 a 14 votos – sinalizava o caminho aberto para a votação da PEC no plenário.
Mas o vazamento de áudios de conversas entre o presidente Michel Temer e do dono da JBS, Joesley Batista, 14 dias depois, acabou sepultando as tentativas de votação do texto. Passados 17 meses daquela votação na comissão, a maioria dos deputados que garantiram a vitória do governo não conseguiu vencer nas urnas. O relator da reforma, Arthur Maia (DEM-BA), é um dos poucos que receberam mais um mandato dos eleitores.
Os outros reeleitos foram Bilac Pinto (DEM-MG), Magda Mofatto (PR-GO), Junior Marreca (Patriotas-MA) e Vinicius Carvalho (PRB-SP). Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo e pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que a lista dos derrotados nas urnas é extensa, formada por 14 deputados, incluindo um dos principais nomes da “tropa de choque” de Temer na Casa, Darcísio Perondi (MDB-RS).