À espera de uma retomada de novos investimentos, o BNDES que será entregue ao próximo presidente da República não só diminuiu de tamanho e mudou de perfil como deve se firmar nos próximos anos como o maior formulador de projetos do País. Para o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, independentemente do candidato ao Palácio do Planalto que vencer as eleições, não haverá espaço para uma reviravolta da política de subsídios pesados usando o banco.
“Isso acabou. Não há volta”, diz Oliveira ao Estadão. Ex-ministro do Planejamento, Oliveira avalia que a reorientação da política do BNDES, conduzida durante o governo Michel Temer, “veio para ficar” porque é coerente e não há mais espaço no Orçamento do Tesouro Nacional para um retrocesso nessa área e nem mudança na Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituiu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) na correção dos empréstimos do banco. Oliveira diz também que o ambiente de taxa de juros mais baixa diminuiu a potência de uso de taxas subsidiadas como ocorreu no passado.
“Uma coisa é subsidiar com uma taxa de juros de 15% e aí dar subsídio para baixar para 9%, 7% ou como se chegou a fazer a 2,5%. Outra coisa é fazer com taxa de 6,5%. Vai baixar para zero?”, pondera. Segundo ele, um projeto que não é viável com uma taxa de 6,5% precisa ser melhor avaliado.