Pesquisadores estão recriando em tamanho real parte do acervo do Museu Nacional, que pegou fogo no início do mês. Entre as peças impressas em 3D estão o crânio e o rosto do fóssil humano mais antigo da América do Sul, Luzia. Os estudos estão sendo retomados em um laboratório do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), por alunos de mestrado e doutorado da Universidade Federal do Rio.
Um deles é Pedro Luiz Von Seehausen, arqueólogo que fazia pesquisas no Museu Nacional desde 2012. Agora ele tem uma nova tarefa: catalogar todas as peças da coleção egípcia que foram escaneadas ou tomografadas. “Para começar a fazer inventário, o que a gente tem escaneado, o que a gente tem microtipado, foi importante ter acesso a este espaço”, diz ele. Os arquivos 3D do acervo do museu nacional começaram a ser produzidos há mais de quinze anos, numa parceria com o INT e a PUC-Rio.
O objetivo era justamente preservar essa memória caso alguma peça fosse perdida. “É um acervo que vai tentar ressurgir do pó, né? Porque é feito em pó, pó de nylon, a matéria prima é pó”, explica Jorge Lopes, pesquisador do INT/PUC-Rio. Com a ajuda da tecnologia, muitas peças destruídas no incêndio vão poder ganhar forma e rosto novamente. Foi assim com Luzia. O crânio e o rosto do fóssil humano mais antigo da américa do sul já estão impressos.
“Nós sabíamos que tínhamos tomografado, a cabeça, o crânio da Luzia, mas o rosto, essa reconstrução facial, que foi feita por um pesquisar inglês chamado Richard Nive, a gente nem lembrava que tinha escaneado”, conta Lopes.