O candidato a presidente da República pelo MDB, Henrique Meirelles, teceu duras críticas ao adversário, Ciro Gomes (PDT), em sua proposta de retirar 63 milhões de brasileiros do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Na avaliação do ex-ministro, porém, isso poderia ter um efeito negativo para o país.
“A proposta de tirar o nome das pessoas do SPC é irrealista. Ele (Ciro) citou o refinanciamento das empresas, mas tem um erro enorme nisso. São milhões de pequenos estabelecimentos no Brasil. De repente, o governo declara que haverá um calote nacional. Milhares, e talvez milhões de pequenos comerciantes, podem quebrar”, disse.
“O problema dessas pessoas vai ser resolvido com administração competente e com emprego para que ninguém precise entrar no SPC. A partir daí você pode renegociar as dívidas”, afirmou no fórum Amarelas ao Vivo, promovido por VEJA, em São Paulo.
O candidato, porém, ainda não ultrapassou 3% nas pesquisas de intenção de voto. Meirelles foi ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB) e presidente do Banco Central no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar da sua situação, mostrada nas pesquisas de intenção de votos, ele demonstra confiança:
“Existe um crescimento muito forte. No começo da campanha eu tinha menos de 1%. Pelo tracking interno, eu já estou em 4%. Mantendo isso é possível ganhar no primeiro turno. Se será uma vitória para ser eleito ou para ir para ir para o segundo turno, eu não sei”, afirmou.
O presidenciável afirmou haver uma preocupação “muito grande” com a polarização entre dois extremos representados pelas candidaturas de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). “No momento em que enxergarem uma alternativa de alguém competente, que tem condições de mudar o país, o eleitor pode mudar de voto. Não há uma polarização, de fato, ideológica, amadurecida. Mais perto da eleição, o eleitor começa a pensar com a razão.”
Meirelles ainda rejeitou abrir mão de sua candidatura em favor de outro nome de centro para evitar a passagem de Bolsonaro e Haddad para o segundo turno. “Acho que o Brasil já passou dessa fase de conchavo de bastidor. Eu tenho uma candidatura que está crescendo. Essa decisão vai ser tomada pelos eleitores, que escolherá quem tem maiores possibilidades de vitória. Eu não tenho condições de fazer nenhum acordo a não ser aceitar o apoio de algum outro candidato”, afirmou. Com informações da Coluna Radar, de Veja.