A morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março passado, ainda é um mistério para a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Passados exatos seis meses do crime, a Divisão de Homicídios teve o efetivo de policiais envolvidos nas investigações reduzido em comparação ao início dos trabalhos no caso. Nos primeiros dias teve 30 agentes, passou a dez e, há 14 dias, voltou a ter 20 investigadores, de acordo com informações obtidas pelo G1.
Além da falta de efetivo, a Polícia Civil está em meio a uma análise que envolve, no mínimo, 40 mil páginas de dados de telefones celulares. Ao pedir informações em concessionárias telefônicas, a polícia recebeu uma quantidade imensa de mensagens trocadas naquela região do crime e poucas de voz. O cruzamento de informações busca saber se esses telefones aparecem em outros pontos da cidade no dia do assassinato de Marielle e de Anderson.
Um policial ouvido pelo G1 explicou que, há sete anos (em 2011), quando a DH investigou o assassinato da juíza Patrícia Acioli, o volume de ligações era bem maior do que a troca de mensagens de textos. Hoje, segundo ele, esse fluxo de informações inverteu, o que dificulta a apuração.
Nem a delação de um suposto envolvido com o crime clareou as investigações. As autoridades reclamam que o vazamento do depoimento “atrapalhou e até pode ter desaparecido com provas do assassinato”. De acordo com o depoimento, o vereador Marcelo Siciliano teria planejado a morte de Marielle que foi executada a mando do miliciano Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando da Curicica.