Ainda sem ter se recuperado da crise, a economia brasileira sofre também os efeitos do calendário eleitoral. Diante da indefinição sobre o próximo governo – e, consequentemente sobre a política econômica a ser adotada a partir do próximo ano – vem crescendo a percepção de risco dos investidores internacionais em relação à economia brasileira, informa o G1. Entre as principais economias latinoamericanas, o risco do Brasil só subiu menos que o da Argentina.
O dólar em alta é o indicativo mais visível do crescimento da desconfiança dos investidores em relação ao Brasil. Na segunda-feira, a moeda dos EUA fechou no maior valor em mais de 2 anos, a R$ 3,95, enquanto investidores buscavam destinos mais seguros que o Brasil para o seu dinheiro.
Desde janeiro, o risco-país do Brasil medido pelo CDS (Credit Default Swap) subiu cerca de 80 pontos, enquanto o da Argentina – o país enfrenta uma grave crise econômica e já recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) neste ano – avançou 315 pontos. No início do ano, o risco-país do Brasil estava no patamar de 162 pontos.
“O Brasil tem uma vulnerabilidade grande na área fiscal e há uma incerteza em como essa questão vai ser conduzida a partir do ano que vem com um novo governo”, afirma o economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto. “Os países menos afetados são aqueles que têm as contas públicas ajustadas e uma política monetária que consegue fazer o trabalho de forma correta”, diz.