

O secretário da Casa Civil, Afonso Florence, garantiu que o cronograma da Ponte Salvador Itaparica que prevê inicio das obras para junho de 2026 será cumprido. Em entrevista ao jornal A Tarde o secretário falou sobre a mudança no tipo de contrato do equipamento e afirmou que a modernização de PPP foi essencial para reduzir riscos e garantir segurança jurídica ao empreendimento.
“Um contrato de PPP patrocinada, como é o da Ponte Salvador-Itaparica, tem o investimento para a construção do equipamento, o chamado Capex. E tem o custo operacional, o Opex. Parte desse custo é suprido com o pedágio. E parte pode ser suprida com as chamadas receitas acessórias ou com contraprestações. Aquele contrato anterior, assinado em 2020, tinha sido inviabilizado em decorrência da pandemia da Covid, que paralisou a metalurgia global, a indústria da construção, o tráfego. O contrato de PPP tem um plano de negócios que prevê uma receita e dentro dela se busca o equilíbrio econômico-financeiro, realizando a taxa de retorno prevista no contrato. O contrato assinado em 4 de junho de 2025 prevê um equilíbrio econômico-financeiro com o mesmo pedágio. Ou seja, mantivemos o valor inicial do pedágio previsto no plano de negócios de 2019. O que desequilibrou o contrato anterior foi a pandemia. No contrato tem risco ordinário e o risco extraordinário. O risco da pandemia é extraordinário. Quando é um risco ordinário, ou seja, é comum, está previsto, é risco da concessionária. Posso dizer com segurança que, não havendo risco extraordinário, outra pandemia por exemplo, a ponte seguirá o cronograma estabelecido. E a nossa expectativa é de que não haverá nesses próximos 5 anos uma nova pandemia. A pandemia é uma ocorrência muito eventual. Nossa expectativa é que o canteiro de obras, sendo instalado no início de 2026, até fevereiro, março, tenhamos até 4 de junho, o início das obras, que serão as fundações dos pilares”, disse.
Sobre ativos estratégicos em Salvador, o secretário informa que o governo avalia a alienação de imóveis como o Detran, o antigo Centro de Convenções, o Colégio Odorico Tavares e a Rodoviária, que será transferida para Águas Claras.
“O Estado tem vários, mas esses são os três com mais valor de mercado que nós estamos analisando a alienação, até para contribuir com a dinâmica urbana. O governador está prestes a tomar uma decisão sobre o Odorico. Chegamos a publicar e invalidamos a publicação do edital, porque há uma determinação de que o valor auferido seja destinado à construção de outro colégio. O governador está prestes a tomar a decisão sobre o local do colégio. Aí já temos um desenho bastante avançado e brevemente ele anunciará a tomada de decisão. O Centro de Convenções surgiu uma situação inusitada: o imóvel tinha várias matrículas. Você tinha um prédio e vários terrenos, inclusive com uma rua dentro, aprovada na Câmara Municipal de Salvador. Isso ocasionou uma demanda de gestão de processo burocrático, em cartório, com juiz. Registrar que isso avançou depois da audiência do governador com o prefeito Bruno Reis e o secretário (da Casa Civil) Luiz Carreira, sempre muito solícito e tentando colaborar. Considero que a gente resolveu essa parte, falta apenas detalhe burocrático para desafetar definitivamente o imóvel. O governador vai decidir, mas a hipótese de alienação era a que estava posta até então na mesa. Salvo alguma nova hipótese, será esse o destino.Com relação ao Detran, o terreno está concluído, a solução também já está posta para ele tomar uma decisão. Temos feito estudos de possível destino de outros usos, mas considero que muito brevemente haverá um anúncio da parte do governo do Estado. A obra da nova rodoviária em Águas Claras está prestes a ser concluída. Mas ainda há alguns itens, porque um equipamento de rodoviária, tem as baias de ônibus, os guichês de bilhetes, as escadas rolantes… Há itens que a gente está comissionando, ligando, monitorando para checar. Porque uma coisa é terminar o prédio, outra coisa é transferir a operação. Com a rodoviária vai ser assim: até as 24h de hoje funciona cá, a partir da 0h de amanhã funciona lá. Sempre pode acontecer alguma coisa, mas é um esforço enorme de mitigação de riscos. Nós já estamos nessa etapa de comissionamento, de detalhamento para receber a obra. E depois será decidido o destino desse ativo ali no centro do Iguatemi. Aquela passarela do Iguatemi é uma das passarelas com maior fluxo, se não for a de maior fluxo em Salvador. E, claro, que com a saída da rodoviária, esse fluxo vai diminuir. Portanto, é uma mudança muito brusca na vida do centro do bairro Iguatemi”, explicou
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