sábado, 27 de dezembro de 2025
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DEPUTADO CRITICA DECISÃO DA PREFEITURA DE AFASTAR PUBLICO DO SHOW DE ROBERTO CARLOS

João Paulo - 27/12/2025 08:00 - Atualizado 27/12/2025

O deputado estadual Robinson Almeida (PT) fez duras críticas à Prefeitura de Salvador após denúncias de segregação social no show de Roberto Carlos, que fechou a programação natalina da capital e marcou o início oficial do Festival da Virada. Apesar de ter sido realizado com investimento público, o evento contou com áreas pagas e camarotes exclusivos, enquanto o público geral foi mantido distante do palco. Segundo informações divulgadas pela própria Prefeitura de Salvador, foram disponibilizadas 3 mil cadeiras para camarotes e outros setores pagos, com valores que chegaram a R$ 1.800 para quem desejasse acesso à frente do palco. Ao mesmo tempo, aliados políticos do prefeito Bruno Reis (União Brasil), como o ex-prefeito ACM Neto, acompanharam o show em área VIP privilegiada, próxima ao palco, sem qualquer custo.

Para Robinson Almeida, o episódio escancara o modelo elitista e excludente adotado pela gestão do União Brasil. “É inaceitável que um evento bancado com dinheiro público seja organizado para separar ricos e pobres. O que vimos em Salvador foi um verdadeiro apartheid social, onde a elite política do União Brasil tem acesso privilegiado e o povo é empurrado para longe”, criticou o parlamentar. “A segregação da prefeitura é um tapa na cara da sociedade, que deve ser repudiada e combatida”, enfatizou. O deputado também condenou relatos de desorganização e discriminação no setor gratuito do evento, incluindo denúncias de que pessoas com deficiência foram colocadas em áreas inadequadas, longe do palco, o que gerou revolta do público.

“Nem mesmo cadeirantes foram respeitados, segundo relatos compartilhados em redes sociais. Isso mostra que não se trata apenas de desorganização, mas de um projeto de cidade excludente, que transforma cultura em mercadoria e direito em privilégio”, afirmou Robinson. Segundo o parlamentar, a presença de ACM Neto em área VIP gratuita simboliza a lógica adotada pelo grupo político que governa Salvador há mais de uma década. “Enquanto o povo paga ou fica distante, os amigos do poder assistem de camarote, literalmente. É assim que o União Brasil governa: para poucos, reforçando desigualdades e naturalizando a exclusão social”, disparou.

Robinson Almeida cobrou transparência da Prefeitura sobre os critérios para a criação dos setores pagos, a ocupação das áreas VIPs e a aplicação dos recursos públicos no evento, além de medidas para garantir acesso democrático e acessibilidade nos próximos shows do Festival da Virada. “Cultura é direito constitucional. Quando o poder público financia um evento, ele precisa servir ao povo e não à elite política. Salvador merece uma gestão que una a cidade, não que a divida por classe social”, concluiu o petista.

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