

A tradicional queima de fogos que marca as celebrações de Ano Novo pode representar um risco significativo para a saúde e bem-estar de cães e gatos. O barulho intenso e imprevisível dos artefatos pirotécnicos é um dos principais fatores de estresse para os animais, que possuem audição mais sensível do que dos seres humanos.
Segundo a professora do curso de Medicina Veterinária da Unijorge, Acidalia Santos, os fogos geram estímulos sonoros súbitos que os pets não conseguem compreender, o que potencializa respostas de medo e ansiedade. “Os animais, sejam eles convencionais ou não convencionais, têm maior acuidade auditiva, inclusive para sons de alta frequência. Isso faz com que a exposição aos fogos desencadeie reações que variam de leves alterações comportamentais a quadros graves”, explica.
Entre as reações mais comuns observadas nesse período estão medo intenso, ansiedade, tremores, vocalização excessiva, taquicardia, respiração acelerada, salivação aumentada e tentativas de fuga. “Essas tentativas podem resultar em acidentes, traumas ou até no desaparecimento do animal. Em casos mais severos, especialmente em pets com doenças pré-existentes, pode causar convulsão, colapso cardiovascular e, em situações extremas, óbito”, alerta a professora.
Prevenção começa antes da virada
Para reduzir o estresse e evitar acidentes, os tutores podem adotar medidas preventivas antes e durante a queima de fogos. Uma das estratégias é a dessensibilização sonora gradual, feito por meio da exposição controlada a sons semelhantes aos dos fogos, sempre com orientação de um médico veterinário especializado em comportamento animal. “Esse processo ajuda o animal a reconhecer o estímulo como não ameaçador, quando realizado de forma correta e progressiva”, destaca Acidália.
Durante os eventos, a recomendação é manter o pet em um ambiente seguro, fechado e familiar. O fechamento de portas, janelas e cortinas contribui para reduzir o impacto do ruído, assim como o uso de música suave, que pode ajudar a mascarar os sons externos. “Essas medidas simples fazem a diferença na percepção do barulho e no nível de estresse do animal”, conclui.
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