terça, 23 de dezembro de 2025
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ALUGUEL DE TEMPORADA ATINGE 85% DE OCUPAÇÃO E MUDA O MAPA DO RÉVEILLON EM SALVADOR

Victoria Isabel - 23/12/2025 19:01

Salvador segue entre os destinos mais disputados do país para o Réveillon, mas o comportamento de quem visita a cidade no fim do ano vem passando por mudanças significativas. Em vez de se concentrar apenas em bairros tradicionalmente turísticos e à beira-mar, como Barra e Stella Maris, os viajantes têm direcionado a procura por hospedagem para regiões mais centrais e residenciais, movimento que reflete novas prioridades de custo, mobilidade e experiência urbana.

Um levantamento da Seazone, maior gestora de aluguel por temporada do Brasil, aponta que a taxa média de ocupação dos imóveis em Salvador entre 31 de dezembro e 4 de janeiro de 2025 deve chegar a 85,28%. O dado chama atenção não apenas pelo volume, típico da alta estação, mas principalmente pelos bairros que lideram a busca neste Réveillon: Calabar, Boa Vista de Brotas, Engenho Velho de Brotas, Santo Antônio Além do Carmo e Chame-Chame.

A mudança fica mais evidente quando comparada ao ano anterior. Em 2024, os bairros mais procurados foram Parque Cruz Aguiar, Praia do Flamengo, Amaralina, Barra e Stella Maris; todos com forte apelo turístico e localização litorânea. Agora, o interesse migra para áreas menos óbvias do mapa turístico, mas estrategicamente posicionadas, com diárias mais acessíveis e melhor integração com diferentes pontos da cidade.

Nos cinco bairros mais buscados para o Réveillon de 2025, as diárias variam entre R$ 228 e R$ 483, valores inferiores aos praticados em regiões tradicionalmente mais disputadas no ano passado, quando os preços chegaram a ultrapassar R$ 700. Para especialistas do setor, o dado indica um turista mais atento ao custo-benefício e disposto a explorar Salvador para além dos cartões-postais.

Mudança de comportamento

Para Mônica Medeiros, CCO da Seazone, o movimento reflete uma combinação de fatores econômicos e comportamentais. “O turista está buscando alternativas aos bairros mais saturados, que costumam ter preços mais elevados e maior pressão logística em períodos como o Réveillon. Regiões centrais e bem localizados permitem uma vivência mais fluida da cidade, com acesso facilitado aos eventos, transporte e comércio, sem deixar de considerar o conforto”, explica.

Segundo ela, há também uma valorização crescente de experiências mais locais e imersivas. “Muita gente quer viver Salvador de forma mais autêntica, circular por diferentes regiões e sentir o cotidiano da cidade. O aluguel por temporada viabiliza isso, ao oferecer hospedagem em bairros residenciais, com mais espaço e flexibilidade”, afirma.

Esse movimento reforça o papel do short stay como uma solução dupla no mercado imobiliário e turístico: ao mesmo tempo em que amplia as opções de hospedagem para o visitante, também gera alta rentabilidade para proprietários em períodos de grande demanda. “No Réveillon, há um boom no aluguel por temporada, com preços e ocupação em alta. Em bairros como a Barra, por exemplo, uma diária pode ter aumento superior a 80% da baixa para a alta temporada”, exemplifica Mônica.

Ela ressalta, no entanto, que o crescimento do setor exige atenção. “É um excelente negócio, mas é fundamental que hóspedes utilizem plataformas confiáveis e verifiquem a autenticidade dos anúncios. A profissionalização do short stay é essencial para garantir segurança, boa experiência e sustentabilidade desse modelo, que já é parte importante da dinâmica turística de Salvador”, conclui.

 

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