

A queda do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), no ranking nacional de avaliação dos prefeitos das capitais, divulgado nesta sexta-feira (19), pelo instituto Atlas Intel, confirma um processo contínuo e acelerado de desgaste da gestão municipal, avaliou o deputado estadual Robinson Almeida (PT). Segundo o parlamentar, é o que aponta o levantamento em que Bruno Reis registra atualmente 56% de aprovação e 30% de reprovação, ocupando a 10ª colocação entre os prefeitos das capitais brasileiras. Em janeiro, pesquisa do mesmo instituto colocava o gestor como o terceiro mais bem avaliado do país, com 79% de aprovação. Em menos de 12 meses, Bruno caiu 7 posições e perdeu quase 30 pontos percentuais de apoio popular. Para o petista, os números refletem falhas estruturais persistentes e um modelo administrativo incapaz de responder aos principais desafios da capital baiana.
“A avaliação de Bruno Reis despencou sete posições. O prefeito que foi eleito com quase 80% dos votos, depois de um ano, só tem 56% de aprovação e ela pode ser muito menor se houver uma avaliação mais aprofundada sobre os problemas enfrentados no dia a dia pela população, e sua percepção sobre a incapacidade da prefeitura responder a eles”, analisou. “A inoperância da gestão fez o prefeito perder quase 30% de apoio da população e creio que esse dado pode ser maior. A pesquisa desmascara a gestão de Bruno Reis. Está de mal a pior, uma carreta desgovernada”, disparou Robinson.
Segundo o parlamentar, o desgaste evidenciado pela AtlasIntel é corroborado por outros indicadores divulgados ao longo do ano. Em maio, Salvador apareceu apenas na 7ª posição no ranking de desenvolvimento socioeconômico da Bahia, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que avalia saúde, educação, emprego e renda, colocou a capital atrás de municípios como Luís Eduardo Magalhães, Irecê, Brumado, Barreiras, Mata de São João e Mucuri.
Para Robinson Almeida, o resultado é simbólico.
“Salvador deveria liderar o estado em qualidade de vida e infraestrutura, mas virou exemplo do fracasso de um modelo de gestão excludente e ineficaz”, avaliou.
O deputado também citou outros dados negativos que reforçam o diagnóstico de esgotamento administrativo. Salvador tem hoje a maior taxa de desemprego entre as capitais do Nordeste, segundo o IBGE; é a segunda capital menos arborizada do Brasil; e lidera o ranking nacional de moradores em ruas sem calçadas, o que evidencia problemas graves de infraestrutura e mobilidade urbana. Soma-se a isso a precariedade do transporte público nos bairros populares, os grandes engarrafamentos diários em avenidas, como a Paralela, e a ausência de ações estruturantes para reorganizar o deslocamento na cidade.
Na área social e de saúde, os indicadores também preocupam. A capital apresenta baixa cobertura da atenção básica, crescimento da população em situação de rua e índices alarmantes de insegurança alimentar. Como exemplo, Robinson Almeida recorda que em 2021 4,03% das crianças de até cinco anos estavam em situação de desnutrição, o pior percentual entre as capitais brasileiras.
O parlamentar ainda criticou a falta de investimentos em creches e na ampliação da educação em tempo integral nos bairros populares, o que, segundo ele, aprofunda desigualdades históricas. “É um conjunto de indicadores que revela um projeto de cidade que exclui, não promove desenvolvimento e não melhora a vida de quem mais precisa”, afirmou.
Para Robinson, os dados da AtlasIntel, somados aos levantamentos da Firjan e do IBGE, deixam claro que o atual modelo de gestão do União Brasil em Salvador “perdeu fôlego, capacidade de planejamento e sensibilidade social”. “A população sente isso no transporte, na saúde básica, no desemprego, na mobilidade urbana e na piora da qualidade de vida. Os números apenas confirmam o que o povo já vive no dia a dia”, concluiu o deputado do PT.
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