

Com a aproximação do verão e a intensificação da exposição ao sol, especialistas em saúde ocular voltam a chamar atenção para os cuidados com a visão. Isso porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a radiação ultravioleta (UV), presente na luz solar, é responsável por uma parcela significativa de doenças oculares, a exemplo da catarata. Estima-se que até 10% dos casos de cegueira pela doença possam estar associados à exposição prolongada aos raios UV.
Para orientar a população, confira a seguir recomendações de quatro médicos oftalmologistas da Opty Rede Integrada, que atuam em Salvador. Cada especialista destaca um aspecto diferente da saúde ocular no verão.
Doenças ocular causadas pelo sol
“A radiação UV é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de catarata precoce e de pterígio – que é aquele crescimento de tecido que pode invadir a córnea e causar desconforto ou até distorção da visão”, afirma a Dra. Camila Koch, do Instituto de Olhos Freitas. Ela ressalta que, em regiões tropicais, como Salvador, a incidência anual dessas doenças tende a ser maior devido à intensidade do sol. “Por isso, o uso de óculos originais com proteção 100% contra raios UVA/UVB e hábitos de exposição consciente fazem toda diferença no longo prazo”, ressalta.
Atenção às exposições agudas e no dia a dia
Segundo o oftalmologista da OftalmoDiagnose, Murilo Barreto, não são apenas os efeitos acumulados de anos de sol que preocupam: “Uma exposição intensa e sem proteção, mesmo que pontual, pode causar fotoceratite, que é uma espécie de “queimadura” da córnea, que provoca dor, lacrimejamento, visão turva temporária e sensibilidade à luz. Em dias nublados ou com céu claro, o risco existe igualmente, pois os raios UV atravessam as nuvens”, alerta.
Vulnerabilidade de grupos específicos e prevenção desde cedo
“Os públicos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e trabalhadores que passam longos períodos ao ar livre”, alerta o oftalmologista da Oftalmoclin, Marcelo Paiva. A orientação do médico é que esses públicos consigam garantir o uso de óculos de sol adequados e bonés ou chapéus – não apenas no verão, mas o ano todo.
Proteção ocular como parte do cuidado
Para Carla Cordeiro Vita, médica oftalmologista do DayHORC, a prevenção não se resume aos óculos: “É fundamental evitar a exposição ao sol nos horários de maior intensidade, normalmente entre 10h e 16h, e procurar sombra sempre que possível. Em atividades externas prolongadas, como praia, piscina, esportes e trabalho ao ar livre, redobre os cuidados, sobretudo lavar as mãos com água e sabão com mais frequência. Além disso, vale lembrar da importância de consultas regulares com oftalmologista, principalmente para pessoas acima de 50 anos, que já acumulam mais exposição solar ao longo da vida e têm maior risco de doenças como Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e catarata”, conclui.
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