quarta, 17 de dezembro de 2025
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PIB DA BAHIA DEVE CRESCER 2,6% EM 2025, APONTA OBSERVATÓRIO DA INDÚSTRIA

João Paulo - 17/12/2025 18:10 - Atualizado 17/12/2025

Os indicadores econômicos de 2025 sinalizam um crescimento de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia ao longo do ano, segundo estimativa do Observatório da Indústria, da FIEB. O resultado confirma a continuidade da trajetória positiva da economia baiana, que alcança o quinto ano consecutivo de expansão.

Entre os setores, a Agropecuária deve apresentar o melhor desempenho, com crescimento estimado em 8,1%, impulsionado principalmente pelo recorde na produção de grãos, que deve avançar 12,3% no período. O bom desempenho do setor reforça a importância do agronegócio para a dinâmica econômica do estado.

A Indústria também deve registrar crescimento em 2025, com avanço estimado de 1,5%. O melhor desempenho será o da Construção Civil, que tende a crescer 3,9%, refletindo a evolução do mercado de habitação de interesse social e a realização de investimentos em infraestrutura no estado.

A Indústria de Transformação deve expandir 1,1%, enquanto os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) devem crescer 2,6%. Em contrapartida, a Indústria Extrativa deverá apresentar retração, influenciada pela queda na produção de magnesita, cobre e pedras britadas.

O setor de Serviços segue em processo de recuperação, ainda que de forma moderada. O comércio deve permanecer praticamente estável, com crescimento estimado em 0,8%. Já os serviços stricto sensu, como transportes, comunicações e serviços prestados às famílias, tendem a apresentar desempenho mais favorável, assim como os serviços públicos de Administração, Defesa, Saúde e Educação. Com isso, a expectativa é de crescimento de 2,0% do setor de Serviços (lato sensu) em 2025.

O cenário econômico é sustentado por fatores macroeconômicos positivos, como a geração líquida de empregos, a redução da taxa de desemprego e o aumento da massa salarial, que contribuem para a melhora gradual do mercado de trabalho e para a sustentação da demanda interna. No entanto, a política monetária ainda restritiva, com juros elevados, segue como um dos principais entraves para uma recuperação mais robusta da economia.

De forma geral, o desempenho projetado para 2025 combina fundamentos internos relativamente favoráveis com desafios externos que exigem atenção. Ainda assim, o crescimento de 2,6% do PIB da Bahia reforça a resiliência da economia estadual e sua capacidade de manter um ciclo de expansão.

2026: desaceleração e Indústria com avanço contido

Para 2026, a expectativa é de desaceleração, com crescimento do PIB estadual de 1,4%, refletindo tanto oportunidades quanto limitações setoriais. Entre os segmentos com perspectivas mais favoráveis estão:

  • Refino de petróleo e biocombustíveis, beneficiados pelo aumento da demanda regional e estadual;
  • Construção civil, impulsionada pelo programa Minha Casa Minha Vida e por grandes obras de infraestrutura na Região Metropolitana de Salvador;
  • Minerais não metálicos, como cimento e concreto, puxados pela construção;
  • Máquinas e materiais elétricos, que apresentam forte expansão e novos investimentos no interior do estado;
  • Setor automotivo, com o início das atividades da BYD em Camaçari já gerando impactos positivos no emprego.

Por outro lado, enfrentam desafios setores como bens de consumo (alimentos, bebidas e calçados), com dificuldade nas vendas/produção pela desaceleração da demanda interna; energias renováveis, limitadas por gargalos de transmissão e pelo curtailment; e a extração mineral, que sofre com o declínio natural da produção de petróleo e gás, reforçando a necessidade de investimentos em infraestrutura para novos projetos minerais.

Perspectiva

Para 2026, a Bahia deve crescer abaixo do seu potencial histórico, refletindo o ambiente macroeconômico mais restritivo. Ainda assim, a diversidade da base produtiva, a força da indústria regional e os investimentos em infraestrutura e novos empreendimentos mantêm o estado em posição estratégica para retomar um crescimento mais robusto quando as condições econômicas forem mais favoráveis.

Crédito: Valter Pontes / Coperphoto / Sistema FIEB

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