quarta, 17 de dezembro de 2025
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OURO VOLTA A SE APROXIMAR DE RECORDE COM DADOS DOS EUA E TENSÃO NA VENEZUELA

João Paulo - 17/12/2025 09:40

O ouro avançou em direção a um recorde nesta quarta-feira (17), enquanto investidores aguardam dados de inflação dos Estados Unidos e monitoram a escalada das tensões na Venezuela. A prata atingiu um novo pico, e a platina saltou para o maior nível desde 2008.

O metal precioso era negociado perto de US$ 4.330 por onça, recuperando-se de uma leve queda na sessão anterior, que interrompeu uma sequência de cinco altas consecutivas. Os números de inflação, que serão divulgados na quinta-feira, serão acompanhados de perto em busca de sinais sobre como o apetite do Federal Reserve por novos cortes de juros pode ser afetado. Antes da divulgação, vários dirigentes do Fed devem falar publicamente.

O ouro também foi impulsionado pelos eventos na Venezuela, após o presidente Donald Trump ordenar o bloqueio de todos os navios-tanque de petróleo sancionados. O líder americano também pressiona o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em meio a um reforço militar na região e à ameaça de ataques terrestres.

“As tensões parecem estar aumentando gradualmente”, disse David Wilson, estrategista sênior de commodities do BNP Paribas. Segundo ele, todos os fatores que sustentam o ouro — de pressões inflacionárias ao desempenho das ações nos EUA e à desaceleração do crescimento global — parecem ocorrer ao mesmo tempo, o que pode levar o metal a atingir US$ 5.000 em algum momento do próximo ano.

O país detém cerca de 17% das reservas conhecidas de petróleo do mundo, ou mais de 300 bilhões de barris, quase quatro vezes o volume dos Estados Unidos. E nenhum país tem uma presença maior na indústria petrolífera venezuelana do que a China

O ouro está relativamente próximo do recorde histórico acima de US$ 4.381 por onça, estabelecido em outubro. O metal acumula alta de cerca de dois terços no ano e caminha para seu melhor desempenho anual desde 1979. A forte valorização tem sido impulsionada por compras elevadas de bancos centrais, além de um movimento mais amplo de redução da exposição de investidores a títulos da dívida pública e às principais moedas. Tensões geopolíticas também reforçaram seu apelo como ativo de proteção.

Investidores acompanham atentamente qualquer sinal de mais afrouxamento monetário, depois que o banco central dos EUA promoveu, na semana passada, seu terceiro corte consecutivo de juros — um fator favorável para metais preciosos, que não pagam rendimento. Por ora, os traders atribuem uma probabilidade próxima de 25% a um corte em janeiro.

O ouro deve ter preço médio de US$ 4.500 por onça em 2026, segundo Nicky Shiels, chefe de pesquisa da refinadora de metais preciosos MKS Pamp SA, somando-se a uma série de projeções de alta. No curto prazo, o metal tende a passar por uma fase de consolidação “antes de estabelecer uma trajetória de alta mais moderada e sustentável” após o “salto parabólico” deste ano, afirmou Shiels em nota divulgada na terça-feira.

A platina, por sua vez, disparou até 4,6%, atingindo o maior nível desde 2008, após uma proposta da União Europeia para flexibilizar regras de emissões para novos carros e descartar uma proibição efetiva de motores a combustão. Platina e paládio são usados em catalisadores que reduzem a poluição nos motores. Houve algum interesse de compra por parte de montadoras ao longo da última semana, disse Wilson. O ouro subiu 0,5%, para US$ 4.323,89, às 15h30 em Cingapura. A prata avançou 3,3%, depois de tocar uma máxima de 66,5284 mais cedo. A platina ganhou 3,7% e o paládio subiu 1%. O índice Bloomberg Dollar Spot Index avançou 0,3%.(Infomoney)

(Foto: Brendon Thorne/Bloomberg)

 

 

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