

Uma grande novidade pode revolucionar o mercado de combustível de aviação no Brasil. A Petrobras acredita que conseguirá atender 100% da demanda nacional por combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) entre 2027 e 2029, no início da obrigatoriedade do uso do biocombustível no país, disse um executivo. A partir de 2027, as companhias aéreas terão de adicionar obrigatoriamente alguma parcela do produto renovável ao querosene de aviação fóssil para diminuir a emissão de gases do efeito estufa (GEE) em pelo menos 1%, conforme legislação aprovada no ano passado.
A petroleira pretende atender a demanda de SAF até 2029 com seu produto fabricado a partir da rota do coprocessamento, disse o gerente de Desenvolvimento do Refino da companhia, Carlos Antônio Machado, na segunda-feira, acrescentando que as empresas aéreas também se prepararam para exigências internacionais no mesmo sentido.A Petrobras entende que poderá atender a demanda inicial a partir de quatro refinarias na região Sudeste. Depois disso, a empresa planeja unidades dedicadas à produção de SAF, por meio de outras rotas.
Machado, no entanto, não informou qual será a demanda por SAF no Brasil nos próximos anos.No Brasil, a partir de janeiro de 2029, os operadores passam a ser obrigados a reduzir em 2% as emissões de gases de efeito estufa, demandando potencialmente mais SAF, segundo a legislação. Depois, esses percentuais crescem um ponto percentual ao ano até chegarem a 10% em 2037.
Atualmente, a companhia já pode produzir SAF por meio de coprocessamento com 1% de conteúdo renovável nas refinarias Reduc (RJ), e Revap (SP). Além disso, prevê iniciar no segundo semestre de 2026 a produção na Regap (MG), e na Replan (SP), com até 1% e até 5% de conteúdo renovável, respectivamente. ‘A gente entende que com essa estratégia dessas quatro (refinarias) a gente consegue chegar até 2029…, até a entrada das nossas unidades dedicadas. Pela nossa previsão de mercado, isso aí atende’, disse Machado, ao participar de workshop com jornalistas sobre transição energética na sede da Petrobras.
O executivo explicou que o coprocessamento é uma das rotas reconhecidas para a produção de SAF e que o produto da Petrobras tem certificado de sustentabilidade ISCC-CORSIA. Segundo ele, esse combustível é mais regulado do que os demais, uma vez que ‘onde o avião voa não tem acostamento’, brincou.(Infomoney)
REUTERS/Ricardo Moraes