

Emoção marcou a sessão especial realizada pela Câmara Municipal de Salvador na manhã desta sexta-feira (5), Dia Internacional do Voluntário, quando o vereador Téo Senna (PSDB) presidiu, no Plenário Cosme de Farias, a entrega da 7ª edição do Prêmio Cidadão Voluntário Santa Casa de Misericórdia da Bahia. A premiação, instituída pelo Legislativo soteropolitano, reconhece personalidades que dedicam suas vidas à solidariedade, à assistência social e à transformação da realidade de comunidades em Salvador.
No discurso de abertura, Téo Senna ressaltou a simbologia da data e a retomada da homenagem após 13 anos. “Hoje, celebramos um gesto de reconhecimento a pessoas que silenciosamente transformam vidas. O voluntariado chega onde o poder público muitas vezes não consegue chegar. Cada homenageado representa a força da solidariedade que mantém Salvador viva, humana e esperançosa”, afirmou Senna, criador da honraria por meio da Resolução nº 1.629/2005.
Neste ano, foram homenageados Adenison de Jesus, professor do Projeto Esportivo Arraial-Madri; Gabriel Weber, voluntário das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid); Heliana Diniz, presidente do Instituto de Cegos da Bahia (ICB); Isabela Suarez, presidente da Fundação Baía Viva; Joseemison dos Santos (Emo), presidente da Associação de Garantia ao Atleta Profissional da Bahia (AGAP); José Roberto Pinto, conhecido como Zé Pescador, fundador da Sócio-Ambientalista Pró-Mar; Miguel Brandão, médico voluntário das Osid; Paulo Brito, presidente do Abrigo Lar Amor e Vida; Paulo Cavalcanti, fundador da Fundação Paulo Cavalcanti; e Rosina Bahia, presidente de Honra da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil (Hospital Martagão Gesteira).
Antes da entrega dos troféus, um vídeo apresentou o trabalho de cada agraciado. Nas falas, os homenageados reforçaram a dimensão humana do voluntariado. Adenison, ao lado do professor Washington Sampaio, agradeceu à comunidade e lembrou que o projeto esportivo, voltado a crianças e adolescentes, é feito com sacrifício, mas com a alegria de ver os jovens seguindo o caminho certo pelos campos de futebol. Gabriel Weber agradeceu a indicação, dividiu a homenagem com outros voluntários das Osid e afirmou que a história de Santa Dulce inspira uma “chama de amor que não pode ser apagada”, responsável por manter vivo o espírito de servir. Heliana Diniz descreveu o ICB como um “farol que não depende de luz”, onde pessoas cegas e com baixa visão redescobrem a autonomia e onde cada gesto diz ao usuário que ele não está sozinho, agradecendo ao vereador, à Santa Casa e ao instituto pela confiança no seu trabalho.
Isabela Suarez destacou que o prêmio é uma conquista coletiva da Fundação Baía Viva, das comunidades da Ilha dos Frades, de Bom Jesus dos Passos e de apoiadores que apostam na preservação do meio ambiente aliada ao desenvolvimento sustentável, citando o papel de empresários comprometidos com o território. Emo relembrou a trajetória no futebol, os títulos conquistados pelo Bahia e explicou que, à frente da AGAP-Bahia, dedica-se hoje a assistir ex-atletas que enfrentam dificuldades, oferecendo apoio social, de saúde e de qualificação profissional aos ídolos que marcaram gerações. Zé Pescador contou que aprendeu a solidariedade em um saveiro, pescando na Bahia de Todos-os-Santos, e enfatizou a fé como combustível do trabalho desenvolvido pela Pró-Mar em defesa do mar e das comunidades pesqueiras.
O médico Miguel Brandão ressaltou que o voluntariado nas Osid é um trabalho de equipe que transforma sonhos em atendimento concreto, relatou a participação de cirurgiões renomados em mutirões no Hospital Santo Antônio e disse que ali encontra sua maior realização pessoal e profissional. Paulo Brito, visivelmente emocionado, definiu o Lar Amor e Vida como fruto de feridas pessoais que se converteram em acolhimento a idosos e famílias em situação de vulnerabilidade, homenageando pessoas e instituições que o inspiraram ao longo de mais de três décadas.
Já Paulo Cavalcanti aproveitou a tribuna para defender a coordenação nacional entre entidades, empresas e poder público, propondo uma mobilização em torno de um projeto de lei popular que amplie incentivos fiscais às doações e fortaleça o terceiro setor. Rosina Bahia, por sua vez, agradeceu a deferência à Liga Álvaro Bahia e ao Hospital Martagão Gesteira, lembrou o legado social da própria família, ligada à Santa Dulce, e afirmou que o voluntariado legitima as entidades ao mostrar que vale a pena dedicar tempo, saberes e vida a instituições verdadeiramente meritórias.
O Prêmio – Criado em 2005, o Prêmio Cidadão Voluntário teve a primeira edição em 2006 e foi entregue também em 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012. A retomada em 2025, segundo Téo Senna, renova o compromisso da Câmara com quem constrói pontes e oferece esperança onde o poder público nem sempre alcança.
No encerramento, o vereador confessou estar emocionado ao rever, em vídeo, os rostos e as histórias que mudam a cidade. “Quando a gente olha essas vidas transformadas pelo voluntariado, o coração se enche de esperança. Este prêmio é a prova de que Salvador tem gente grande, gente que cuida, que acolhe e que faz o bem mesmo sem pedir nada em troca”, afirmou.
Mesa – A mesa foi composta pelo próprio vereador Téo Senna, que presidiu os trabalhos; pelo provedor da Santa Casa da Bahia, José Antônio Rodrigues; pelo superintendente da Santa Casa, Eduardo Queiroz Junior; por Edmilson Machado, representante da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre); por Sérgio Nogueira Reis, representante da sociedade civil organizada; e por Leonel Almeida Neto, representante do setor privado. O plenário acompanhou e também se emocionou com a apresentação musical de Jaqueline Ferreira, colaboradora das Osid, e do músico Jean Santos.
Foto: Jéssica Santana



