

A Petrobras e o fundo árabe Mubadala retomaram as negociações sobre o futuro da Refinaria de Mataripe, na Bahia. A ideia em discussão prevê que a Petrobras reassuma o controle da refinaria, enquanto o Mubadala permaneceria apenas na Acelen Renováveis, possivelmente com participação da estatal. O tema já passou por avaliação dos governos do Brasil e dos Emirados Árabes, mas qualquer proposta formal deve ficar para 2026.
O Mubadala contratou o Banco Santander para assessorá-lo nas conversas, sinalizando interesse real na venda. Embora a Petrobras já tenha concluído diligências técnicas, o processo interno de aprovação ainda deve levar meses. Caso o acordo avance, a conclusão ocorreria antes das eleições presidenciais. As informações são do Estadão.
O preço será um ponto-chave. A refinaria foi vendida ao Mubadala em 2021 por US$ 1,6 bilhão e representa cerca de 14% da capacidade nacional de refino. A reestatização incluiria também terminais terrestres, o terminal marítimo de Madre de Deus e cerca de 700 km de dutos.
Desde a privatização, sindicatos e entidades como a FUP alegam prejuízos sociais e aumento de preços na região. A Petrobras, sob nova gestão desde 2023, reafirma interesse em retomar Mataripe, embora o processo tenha avançado lentamente.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, evita comentar detalhes, mas já criticou a perda de sinergia causada pela venda no governo anterior. Refinarias privadas, por sua vez, acusam a estatal de concorrência desleal após a mudança da política de preços em 2023.
O diesel hoje é vendido mais caro em refinarias privatizadas, como Mataripe e a da Amazônia, do que nas unidades próprias da Petrobras. Procurados, Santander, Mubadala e Petrobras não comentaram as negociações.
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