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BAHIA TEM ESTIMATIVA DE MAIS DE 10 MIL NOVOS CASOS DE CÂNCER DE PELE A CADA ANO

João Paulo - 02/12/2025 09:39

A chegada da época mais quente do ano acende um alerta para o câncer de mais incidência no Brasil e no mundo. Mais de 220 mil novos casos de câncer de pele devem ser registrados no Brasil em 2025, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Na Bahia, a estimativa é de 10.520 novos casos do câncer de pele tipo não melanoma e 250 casos de melanoma. “O câncer de pele pode ser considerado um tumor evitável e isso reforça a importância da conscientização da população sobre a necessidade da adoção de medidas de fotoproteção”, destaca o oncologista Marco Lessa, da Oncoclínicas. O oncologista André Bacellar, da Oncoclínicas, chama atenção do principal fator de risco para a doença: “o efeito cumulativo da exposição prolongada ao sol ao longo de anos ou décadas sem proteção solar, especialmente o efeito dessa exposição desde a infância e juventude”.

O câncer de pele é uma doença causada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Elas se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, é definido o tipo de câncer, que pode ser melanoma ou não melanoma (carcinomas basocelular e espinocelular). Sinais ou pintas que mudam de cor, textura, tamanho ou que apresentam bordas irregulares, mancha ou ferida que não cicatriza e lesões na pele que aumentam de tamanho são sinais que devem ser investigados. “É importante observar a própria pele e estar atento a qualquer sinal. Ao notar alguma alteração é fundamental buscar o dermatologista imediatamente”, lembra Marco Lessa. Mesmo a forma mais agressiva da doença, o melanoma, pode ter mais de 90% de chance de cura quando diagnosticado precocemente.

Câncer de pele: grupos de risco

Pessoas com pele clara, sardas, pintas, cabelos claros ou ruivos, olhos claros e histórico familiar da doença estão no grupo de mais risco. Indivíduos com histórico de queimaduras solares ou que ficam vermelhos, quando expostos ao sol, mas nunca se bronzeiam, também podem ter mais predisposição ao surgimento de melanomas.

Embora o câncer de pele acometa, principalmente, adultos com mais de 40 anos e pele muito clara, olhos claros e com doenças cutâneas prévias, qualquer um pode desenvolver a doença. “Indivíduos que têm pele negra possuem a melanina como um filtro solar natural, no entanto eles são mais suscetíveis a desenvolverem um subtipo de câncer de pele bastante agressivo, o melanoma acral, que acomete partes do corpo como a palma das mãos, a sola dos pés e unhas”, esclarece André Bacellar. “Manchas escuras nessas áreas devem ser investigadas o quanto antes”, alerta o oncologista.

Medidas para fotoproteção

“O uso diário do filtro com Fator de Proteção Solar (FPS) mínimo de 30 é uma das formas mais eficazes para prevenção do câncer de pele e do envelhecimento cutâneo precoce”, afirma Marco Lessa. Durante a exposição ao sol, o filtro solar deve ser reaplicado a cada duas horas ou logo após mergulho ou suor intenso. “O uso do protetor solar não deve ser feito apenas nos dias ensolarados, mesmo em dias nublados a ação da radiação ultravioleta (UV) é intensa, por isso o uso do filtro deve ser uma rotina diária”, afirma.

“Evitar a exposição direta ao sol no horário das 10h e 16h,  quando a radiação é mais intensa, usar roupas com proteção UV, chapéu ou viseira e óculos de sol também são medidas de fotoproteção importantes”, recomenda Marco Lessa.

Trabalhar exposto ao sol aumenta em 60% risco de câncer de pele

De acordo com relatório conjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase uma em cada três mortes por câncer de pele não melanoma é causada pelo trabalho realizado sob o sol. A exposição ocupacional à radiação ultravioleta, segundo estimativa da OMS, aumenta em 60% o risco de desenvolver o tumor maligno de maior incidência no Brasil e no mundo. “Todos devem usar protetor solar, seja quem trabalha nas praias, na limpeza urbana, em canteiros de obra, vendedores ambulantes ou trabalhador rural. O mesmo vale para quem vai aproveitar as praias ou praticar atividades de lazer ao ar livre”, finaliza André Bacellar.

Crédito: Freepik

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