

A Ilha de Carapituba, na Baía de Todos-os-Santos, tornou-se ponto central da investigação da Polícia Federal sobre a produção e venda ilegal de substâncias usadas em canetas emagrecedoras. Segundo a PF, o médico baiano Gabriel Almeida utilizava o local — uma ilha milionária compartilhada em consórcio e a 40 minutos de Salvador — como centro de cursos exclusivos para médicos de todo o país.
As apurações indicam que ali eram realizados treinamentos sobre o chamado Protocolo de Emagrecimento, que envolve o uso da Tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro. A reportagem do Fantástico deste domingo (30) detalhou que a ilha funcionava também como vitrine para apresentação dos produtos a clínicas e laboratórios.
Ao programa, o advogado Ricardo Cavalcanti confirmou que Gabriel não é endocrinologista, embora tenha pós-graduações reconhecidas pelo MEC, e admitiu que ele reunia grupos na ilha para treinamentos. No entanto, negou que o médico produzisse medicamentos, afirmando que ele seria apenas consumidor das substâncias investigadas.
A Tirzepatida é a substância mais prescrita por Gabriel. No país, apenas um laboratório tem autorização da Anvisa para comercializá-la em larga escala. Farmácias de manipulação podem produzi-la sob demanda para cada paciente — regra que, segundo a PF, não era respeitada pelos investigados.
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