quinta, 18 de dezembro de 2025
Euro Dólar

BRUNO PERRI, ECONOMISTA-CHEFE, ESTRATEGISTA DE INVESTIMENTOS E SÓCIO-FUNDADOR DA FORUM INVESTIMENTOS

João Paulo - 27/11/2025 05:00 - Atualizado 27/11/2025

Bolsa sobe aqui no Brasil. Isso acontece muito porque, no ambiente externo, temos um movimento global de melhora na percepção de risco, com recuperação nas empresas de tecnologia americana e impulsionadas pelos sinais mais “dovish” de viés para corte de juros de dirigentes do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano. Fica claro que o apetite ao risco colabora com a queda de prêmio nas taxas de juros mais longas, o que favorece também a bolsa brasileira, enquanto nos vencimentos mais curtos temos pressão nos juros de olho no fiscal, com receio da pauta bomba no Senado, após a indicação de Messias para o STF contrariando Alcolumbre.

O IPCA-15, embora em linha com as expectativas, trouxe uma composição menos benigna do que a esperada, sobretudo por conta da inflação de serviços. No meu entendimento, o IPCA-15 veio com um “quali” ruim e em Brasília há os temores com a pauta bomba do Alcolumbre e a sanção do presidente ao pl do IR sem considerar a demanda das empresas para deixar os lucros do 4T25 de fora da nova regra.

Já no cenário das bolsas americanas, acredito que o movimento de apetite por risco nas bolsas americanas hoje reflete fundamentalmente a redução nas taxas das treasuries, com sinais de dirigentes do FED estimulando apostas de corte de juros na reunião de dezembro, e por indicadores de atividade, como os pedidos iniciais de seguro-desemprego e as encomendas de bens duráveis, que continuam sinalizando à desaceleração da economia americana.

Dentre os destaques, temos as ações dos bancos e do setor financeiro, que sobem em bloco recuperando parte da correção dos últimos dias em dia queda nas taxas de juros longas e maior apetite ao risco, após uma temporada de balanços mais favorável, com destaques para Bradesco (BBDC4) e B3 (B3SA3).

Dentre as quedas, Hapvida (HAPV3) chama atenção, após uma sequência de rebaixamentos nas recomendações de analistas que seguiram o balanço do 3T25.

Dólar em queda hoje também. Na minha visão, o alívio nas treasuries, reflexo da sinalização mais dovish de dirigentes do FED e de indicadores de atividade mais modestos nos EUA, e o ambiente de apetite ao risco derrubam o dólar no pregão de hoje.

A curva de juros tem movimentos distintos, com alta nos vencimentos mais curtos em meio a um IPCA-15 com uma composição menos benigna do que se esperava e recuo nos vencimentos mais longos.

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