O Brasil gastou R$ 20 bilhões com supersalários no serviço público entre agosto de 2024 e julho de 2025, liderando o ranking entre países da Europa e das Américas. Segundo estudo do pesquisador Sergio Guedes-Reis, da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), 53,5 mil servidores ativos e inativos recebem acima do teto constitucional de R$ 46.366,19.
Esse contingente representa 1,34% do universo de quatro milhões de funcionários avaliados nos três poderes, Ministérios Públicos e órgãos federais e estaduais. A maior concentração está no Judiciário, com 21 mil servidores responsáveis por despesas de R$ 11,5 bilhões. Nos Ministérios Públicos, 10,3 mil integrantes somam R$ 3,2 bilhões.
No governo federal, 12,2 mil servidores superam o limite anual, acumulando R$ 4,33 bilhões — sobretudo em carreiras jurídicas. A Câmara também tem mil funcionários acima do teto.
O levantamento compara ainda esses rendimentos à renda da população geral: a mediana anual brasileira é de R$ 28 mil, enquanto quase 40 mil servidores ultrapassam os R$ 685 mil anuais. Quase metade pertence à magistratura, e parte expressiva integra o Ministério Público, compondo o topo do 1% mais bem remunerado do país.
Foto: Divulgação/TJ-BA
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