

Em meio a um clima de tensão entre o Congresso e o Executivo, os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos‑PB) e Davi Alcolumbre (União‑AP), decidiram não comparecer à cerimônia marcada para a sanção da nova lei que concede isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
O evento, que aconteceria nesta quarta-feira (26), no Palácio do Planalto, tinha como objetivo oficializar a aprovação do projeto que já havia sido validado pelo Congresso sem votos contrários. Apesar disso, Motta e Alcolumbre optaram por ausentar-se, alegando compromissos em suas agendas — a assessoria de Motta mencionou uma “agenda intensa”, e a de Alcolumbre falou em reuniões com senadores pela manhã.
A ausência dos dois no ato de sanção é interpretada por analistas políticos como um “recado” sobre o desgaste da relação entre o Congresso e o Executivo, em momento em que outras pautas sensíveis tramita no Legislativo.
Curiosamente, a decisão ocorre pouco tempo depois de ambos defenderem publicamente a proposta de isenção do IR como uma medida de “justiça social” com Motta destacando o benefício para famílias com renda mais baixa e celebrando a aprovação no Congresso.
Com esse gesto, Motta e Alcolumbre enfatizam que, mesmo apoiando a lei, mantêm uma postura crítica e independente em relação ao governo no que diz respeito à condução de outros temas legislativos e à articulação política.
FOTO=Agência Brasil