sábado, 15 de novembro de 2025
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‘PIOROU PARA O BRASIL’, DIZEM EXPORTADORES DE CAFÉ APÓS REDUÇÃO DE TARIFAÇO DE TRUMP; SETORES DE CARNES E FRUTAS VEEM AVANÇO

João Paulo - 15/11/2025 09:15 - Atualizado 15/11/2025

Após comemoração inicial, exportadores brasileiros de carne, café e frutas adotaram um tom mais cauteloso e até pessimista em relação à redução das tarifas de importação pelos Estados Unidos. Na sexta-feira (14), os EUA reduziram as taxas globais de 10% para cerca de 200 produtos, mas mantiveram a sobretaxa de 40% ao Brasil. “Melhorou para os nossos concorrentes e piorou para o Brasil”, disse o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, ao g1.

Isso porque o café brasileiro vai passar a ser taxado em 40% nos EUA, enquanto os produtos dos principais concorrentes, como a Colômbia e o Vietnã, tiveram a sua tarifa zerada, explicou Matos. “[A taxa de] 40%, se ficar, continua proibitiva e não muda nada. O Brasil continua totalmente fora do jogo”, disse o presidente do Cecafé, MárcioFerreira, à GloboNews.

O Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que a decisão dos EUA é “uma boa sinalização para o mercado brasileiro”. “Os Estados Unidos são o nosso segundo maior mercado para a exportação de carne bovina e estava fazendo falta”. “É um motivo de comemoração comedida, mas com uma perspectiva muito positiva para que a gente possa ter a retirada total das tarifas”, disse Perosa.

Já a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) viu a medida como “um avanço relevante para o setor”, mas disse que se preocupa com “o fato de a uva, segunda fruta brasileira mais exportada para os EUA”, ter ficado de fora da lista das exceções. “Mais de US$ 40 milhões foram enviados no ano passado só para os Estados Unidos, só de uva. Então vai afetar”, disse o diretor-executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão.

O Brasil exporta uva para os EUA a partir de setembro, no início da colheita. Segundo a associação, as exportações da fruta para o país caíram 73% em valor e quase 68% em quantidade, em relação ao mesmo período de 2024.

Foto: Mike Kenneally/Unplash

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