

Até este domingo (9) Salvador será espaço de convergência cultural entre Brasil, França e África no Festival Nosso Futuro Brasil França: Diálogos com África. Nesta sexta-feira (7), o Fórum Nosso Futuro, na Doca 1, no Comércio, recebeu mesas sobre saberes ancestrais na convivência com as mudanças climáticas e cidades sustentáveis.
Estudante da rede estadual e clarinetista do Neojiba, Saide Gustavo dos Santos participou dos debates e de uma visita guiada no Mercado Modelo. “O diálogo com outros países da diáspora agrega culturalmente e aqui a gente fala de arte, de clima, de cultura. A gente consegue unir, né, o multiculturalismo e dialogar sobre questões urgentes para o nosso futuro e o futuro da nossa sociedade”, analisou o jovem de 18 anos, que é um dos convidados da mesa “Utopias Urbanas e Cidades em Formação”, que acontecerá no final da tarde.
O evento recebe desde a abertura, na última quarta-feira (5), jovens de todo Brasil e de países do continente africano e da França, em diálogos sobre a diáspora em seus territórios, cooperação internacional no tema do clima, justiça climática e uso de tecnologias em políticas de inclusão e reparação. Representando o time de juventude da COP30 no festival, Mikaelle Farias participou da mesa “Cultura e Clima: os saberes do território como tecnologia para o futuro”.
“Falar sobre clima e cultura é falar sobre coisas que antecedem a nossa existência aqui, né?! Como os povos originários e de outras culturas tratavam a natureza entra no debate das emergências climáticas, que a gente vive hoje. Cultura e clima falam muito sobre a resistência dos povos da diáspora, dos saberes tradicionais, sobre o direito desses corpos existirem”, comentou Mikaelle, que também é engenheira de Energias Renováveis, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Para o coordenador de Políticas para a Juventude do Estado, Nivaldo Millet, o festival é uma oportunidade de troca e de fortalecimento do pensamento crítico dos jovens para o enfrentamento das crises climáticas. “A juventude é prioridade na política pública estadual e também quando pensamos na sociedade do futuro. Isso é fundamental nesse momento de avanço das crises climáticas em todo o mundo. Para os jovens que são parte das políticas públicas do Estado, o festival é uma experiência extraordinária, uma oportunidade de contato com pessoas do Benin, da França e de mirar caminhos de emancipação para a nossa juventude”, analisou.
O evento combina reflexão e celebração. Além do fórum, que acontece no Comércio, a programação inclui exposições, apresentações musicais, performances, oficinas educativas em bairros de Salvador, mostras de cinema e eventos gastronômicos. Nos próximos dois dias, o festival terá programação no Arquivo Público Municipal, na Casa do Benin, nos Museus de Arte Moderna da Bahia (MAM) e de Arte Contemporânea da Bahia (MAC) e em outros espaços culturais do centro da capital baiana.
O Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África é uma realização do Governo Federal com o governo francês e o Institut Français, e conta com o apoio da Aliança Francesa de Salvador e do Governo da Bahia.
Repórter: Milena Fahel/GOVBA



