A Prefeitura de Salvador decidiu encerrar, em junho deste ano, o acordo que permitia à Organização das Nações Unidas (ONU) utilizar duas salas nos andares superiores do Elevador Lacerda. O local abrigava, desde 2010, o Escritório Compartilhado da ONU na Bahia, o primeiro do tipo no país, que reunia em um mesmo espaço agências como UNICEF, PNUD, OIT, UNFPA e FIDA. A estrutura havia sido cedida pela prefeitura e reformada com apoio do governo estadual e da própria ONU.
Segundo informações do portal de notícias Política ao Vivo, o distrato foi solicitado pela Secretaria Municipal da Fazenda, por meio da Coordenadoria de Administração do Patrimônio Imobiliário (CAP), em caráter “amigável”. A medida encerrou oficialmente a presença física da ONU na capital baiana e colocou fim a uma cooperação institucional de mais de dez anos instalada em um dos principais cartões-postais da cidade.
Meses após a desocupação do espaço, o local passou a ser administrado pela empresária Andrea Velame, que o transformou em uma casa de eventos de luxo chamada Conceito Lacerda. A mudança despertou questionamentos sobre o uso de um patrimônio tombado pelo IPHAN e pelo IPAC para fins privados. Em declaração recente, o prefeito Bruno Reis minimizou as críticas e afirmou que o espaço “não pode ser um escritório”, em referência à antiga função pública e social do imóvel, hoje destinado a atividades comerciais.
Foto: Isabelle Corbacho/ Metropress
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