

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,6% no trimestre móvel encerrado em setembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice se manteve estável em relação ao trimestre encerrado em agosto, quando o desemprego já havia atingido o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. No trimestre concluído em julho, o resultado também foi o mesmo. Já em maio, a taxa era de 6,2%, e, no mesmo período de 2024, havia alcançado 6,6%.
Ao todo, 6,045 milhões de pessoas estavam sem emprego no país — o menor número já registrado na série histórica. Esse resultado representa uma queda de 3,3% (menos 209 mil) em relação ao trimestre anterior e de 11,8% (menos 809 mil) na comparação com o mesmo período de 2024. A população ocupada permaneceu estável em 102,4 milhões, mas ainda em nível recorde, crescendo 1,4% no ano (mais 1,4 milhão).
Setor privado bate recorde
O número de empregados no setor privado foi recorde da série historica com 52,7 milhões de pessoas ocupadas, mas sem variações significativas no trimestre ou no ano.
Os empregados com carteira assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) bateu novo recorde na série do instituto, chegando a 39,2 milhões – com estabilidade no trimestre e alta de 2,7% (mais 1,0 milhão de pessoas) no ano. Por outro lado, os empregados sem carteira (13,5 milhões) tiveram queda de 4% no período de 12 meses. O setor público somou 12,8 milhões de trabalhadores, aumento anual de 2,4% (mais 299 mil).
O número de profissionais por conta própria ficou em 25,9 milhões, com alta de 4,1% no ano (mais 1 milhão de pessoas). Já a taxa de informalidade permaneceu em 37,8% da população ocupada, o equivalente a 38,7 milhões de trabalhadores, abaixo dos 38,8% observados no mesmo trimestre de 2024. O rendimento real habitual também registrou recorde: R$ 3.507, com estabilidade no trimestre e crescimento de 4,0% em 12 meses. A massa de rendimentos atingiu R$ 354,6 bilhões, maior valor da série, com aumento anual de 5,5% (mais R$ 18,5 bilhões).
A força de trabalho, que soma ocupados e desocupados, foi estimada em 108,5 milhões de pessoas, estável na comparação trimestral e 0,5% acima do resultado de setembro de 2024 (mais 566 mil pessoas). Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, “o nível da ocupação em patamares elevados nos últimos meses, indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025”.
Veja os destaques da pesquisa
Análise por setor
Apesar da estabilidade no total de ocupados, dois dos dez grupos de atividade analisados pelo IBGE registraram expansão: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (+3,4%, ou mais 260 mil pessoas) e Construção (+3,4%, ou mais 249 mil).
Por outro lado, houve redução no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-1,4%, ou menos 274 mil pessoas) e nos Serviços domésticos (-2,9%, ou menos 165 mil), enquanto os demais setores permaneceram estáveis. Em comparação com o mesmo trimestre de 2024, o avanço da ocupação se concentrou em Transporte, armazenagem e correio (+6,7%, ou mais 371 mil pessoas) e em Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+3,9%, ou mais 724 mil).
O único recuo significativo foi novamente em Serviços domésticos (-5,1%, ou menos 301 mil). Segundo Adriana Beringuy, a queda em setores ligados ao comércio — especialmente alimentos, bebidas, vestuário e calçados — e no trabalho doméstico foi parcialmente compensada pelo aquecimento da Agropecuária e da Construção. “Esse movimento contribuiu para a manutenção da estabilidade no total de pessoas ocupadas”, explica.
Foto: Divulgação/Agência Brasil