

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, participou, na terça-feira (28), de um debate, em Salvador, promovido pelo Valor Econômico em parceria com Infra S.A e o Ministério dos Transportes. Integrante do painel “Logística e conectividade: rodovias, ferrovias e portos para a competitividade”, Carlos se uniu a autoridades e empresários para discutir os desafios e oportunidades da infraestrutura e logística no Nordeste.
Em sua fala, Passos destacou que a falta de investimentos estruturantes tem limitado o desenvolvimento regional e impedido que o Nordeste amplie sua participação na economia nacional. “Há muitos anos estamos com 14% do PIB, embora tenhamos uma participação populacional muito maior. Do jeito que fazemos, vamos continuar ficando nesse percentual, se não perdermos ainda mais”, alertou.
O presidente da FIEB citou exemplos que ilustram essa desigualdade, como o caso do algodão baiano, cuja produção representa cerca de 20% do total brasileiro, mas a sua industrialização ocorre quase totalmente fora do estado. “O Observatório da Indústria da FIEB e o Cimatec realizaram um estudo que indica que se industrializarmos esse algodão da Bahia, não conseguiríamos ter baianos suficientes para trabalhar nesse sistema têxtil, que vai desde essa parte pré-industrial do descaroçamento, até o vestuário. Ou seja, nós temos potencial, mas não conseguimos aproveitar o benefício econômico daquilo que produzimos”, detalha o presidente.
Segundo Passos, a solução também passa pela melhoria da infraestrutura logística, com a conclusão e funcionalidade de rodovias, ferrovias e portos, além do avanço de parcerias público-privadas (PPPs) que permitam superar o desequilíbrio fiscal do Estado. “Precisamos dar funcionalidade ao que já existe. A Bahia precisa hoje, e os diagnósticos já estão feitos. O que falta é terminar cada trecho e entregar resultados concretos”, reforçou.
Na ocasião, o presidente também relacionou o tema à Reforma Tributária, lembrando que ela tende a concentrar recursos nas regiões com maior mercado consumidor. “A Reforma vai direcionar recursos onde há mercado. E para ter mercado, é preciso ter renda. Temos um arranjo político favorável; o que precisamos agora é dar terminalidade às obras e fazer a Bahia funcionar”, concluiu.
Junto ao presidente da FIEB, participaram deste painel Ana Josephina Claro, sócia-diretora da 3A LOG e representante da Federação de Transporte Rodoviário de Cargas da Bahia (Fetrabase); Marcus Alban, professor titular da Universidade Federal da Bahia; e Waldeck Ornelas, especialista em planejamento urbano-regional. O debate foi mediado pela repórter do Valor Marina Falcão.
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