

De acordo com o jornal americano The New York Times, a operação policial realizada na cidade do Rio de janeiro, que resultou na morte de ao menos 64 pessoas, incluindo quatro agentes de segurança, foi descrita como o episódio mais letal e violento já registrado no estado em ações de combate ao crime organizado.
Segundo a publicação, o confronto entre 2,5 mil agentes de segurança e integrantes do Comando Vermelho começou na madrugada d terça-feira em uma localidade controlada pela facção. A ação, segundo o governo estadual, foi resultado de um ano de investigações e dois meses de planejamento.
O ‘NYT’ destaca que 81 pessoas foram presas e cita a fala do governador Cláudio Castro, que definiu a operação como ação contra “narcoterroristas” termo associado à retórica do ex-presidente Donald Trump em sua política antidrogas na América Latina.
Operação mais letal da história do Rio
Jornal aponta que a operação superou, em número de vítimas, a incursão de 2021 no Jacarezinho, que deixou 28 mortos e até então era considerada a mais violenta do estado. Na nova ação, pelo menos 60 civis morreram, embora ainda não esteja claro quantos tinham ligação com a facção e quantos foram atingidos no fogo cruzado.
Moradores da região relataram caos, pânico e tiroteios intensos, e imagens transmitidas por emissoras brasileiras mostraram colunas de fumaça e barricadas em chamas erguidas por criminosos para dificultar o avanço da polícia.
Disputa política e crítica ao governo federal
Conforme O governador, aliado da direita e próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o Rio está “sozinho na guerra contra o crime” e cobrou apoio federal e até militar para as operações.
O Rio de Janeiro está completamente sozinho nessa luta, disse Castro. Para uma guerra como essa, deveríamos ter muito mais apoio, talvez até das Forças Armadas.
O jornal também repercutiu a resposta do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que negou omissão e citou diversas ações conjuntas recentes entre União e Estado para combater o crime organizado.
O New York Times observou que o discurso de Castro reflete uma aproximação retórica com o governo Trump, que voltou a usar o termo “narcoterrorismo” em sua nova ofensiva contra o tráfico na América Latina.
O texto cita ainda Flávio Bolsonaro, que dias antes havia elogiado operações militares norte-americanas no Caribe e sugerido cooperação dos EUA no combate a facções brasileiras.
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