

A recuperação da Mata Atlântica continua travada, mesmo após a aprovação das leis da Mata Atlântica e do Código Florestal. Atualmente há menos de 1/3 do bioma original, de acordo com dados do MapBiomas, divulgados nesta terça-feira. O estudo mostra que após uma ligeira recuperação de floresta, por efeito da Lei da Mata Atlântica de 2006, o alerta voltou a acender em 2015. As áreas de desmatamento e de recuperação ficaram equivalentes, mesmo com o Código Florestal de 2012.
No ano passado, a área de pastagens na Mata Atlântica era igual a de floresta, mangue e restinga, somadas as três. Em 40 anos, a Mata Atlântica perdeu 11,5% de vegetação nativa. Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina tiveram a maior perda proporcional. Já São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram aumento, diz a pesquisadora da equipe Mata Atlântica, Natália Crusco.
“O aumento ainda é tímido, mas já é motivo de alguma comemoração. Foi observado um aumento de mais de 80 mil hectares em cada estado. Esse aumento se dá principalmente em áreas de preservação permanente, tanto em áreas, em APP hídrica. Então aquelas áreas que são recuperadas ao longo dos rios, quanto em áreas não mecanizáveis, que são aquelas áreas com maior declividade”, diz.
Natália afirma que a Mata Atlântica tem a menor proporção de cobertura nativa entre todos os biomas. Por isso, atender as leis de proteção é fundamental:
“É essencial que a gente intensifique os esforços para reduzir a perda de qualquer área florestal. Seja ela composta por formações mais recentes ou por florestas maduras. O fato de em alguns anos, a a recuperação da vegetação nativa ter superado essa perda, demonstra a relevância da aplicação efetiva da Lei da Mata Atlântica.”, completa.
A Mata Atlântica está presente em 17 estados brasileiros. Metade da área urbanizada do Brasil está no bioma, que ainda concentra 1/3 da agricultura do país.
Foto: Gustavo Pedro/Divulgação