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CRIANÇAS COM ACESSO DIÁRIO A MOMENTOS ESTRUTURADOS DE BRINCADEIRA APRESENTARAM MELHORES ÍNDICES DE ENGAJAMENTO ESCOLAR, APONTA ESTUDO DA UNICEF

João Paulo - 22/10/2025 09:50

De acordo com grandes referências da educação, como Montessori, Piaget e Vygotsky, o brincar é um processo de aprendizagem ativa e um ensaio para a vida. É nele que se formam as bases do pensamento simbólico, da autonomia e das relações sociais. Mais do que um passatempo, é um exercício de liberdade e expressão. Sob essa perspectiva, o Colégio Anchieta Salvador chama atenção para o papel do brincar livre e criativo como elemento essencial no desenvolvimento integral da infância. “Brincar é mais do que diversão, é a forma mais genuína da criança compreender o mundo, expressar emoções e construir conhecimento. Quando a criança brinca, ela dá forma ao que sente, cria narrativas e encontra caminhos para compreender o mundo interno e externo”, explica a psicóloga e orientadora educacional do Colégio Anchieta, unidade Patamares, Natália Oliveira.

Na prática, o estímulo obtido por meio de brincadeiras, ganha resultados reais. Um estudo realizado pela UNICEF / Lego Foundation, chamado “Learning Through Play”, em 2023, com 10 mil crianças de 18 países, concluiu que aquelas com acesso diário a momentos estruturados de brincadeira apresentaram melhores índices de engajamento escolar e maior autoconfiança social. Nessa etapa da vida, o brincar funciona como uma verdadeira linguagem. Por meio das brincadeiras, a criança experimenta possibilidades, cria significados e traduz o que sente. No faz de conta, nas construções improvisadas e nas descobertas cotidianas, ela se revela por inteiro: corpo, mente e emoção em movimento. Em um contexto social marcado pela pressa, pela tecnologia e pelo excesso de estímulos, preservar o tempo do brincar é um ato de resistência. É preciso garantir à infância, o direito ao tempo lento, à curiosidade e à experiência sensorial do mundo.

Para o Colégio Anchieta, o papel de garantir espaços seguros e afetivos onde o brincar possa florescer é coletivo e envolve os pais, professores e cuidadores. “Não se trata de dirigir a brincadeira, mas de estar presente, permitir o improviso e valorizar a imaginação”, reforça Natália Oliveira. Mais do que um ato lúdico, o brincar é um ato de humanidade. Ao defender esse direito, reafirmamos o valor do afeto, da criatividade e da convivência como pilares de uma sociedade mais sensível e consciente.

Fotos: Acervo do Colégio Anchieta

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