A Orquestra Sinfônica da Bahia apresenta neste domingo, 26 de outubro, às 11h, um concerto gratuito no Santuário Nossa Senhora de Fátima, localizado no Colégio Antônio Vieira, no Garcia. Sob a regência do maestro Carlos Prazeres, a OSBA interpretará a ‘Nona Sinfonia’ do compositor checo-austríaco Gustav Mahler (1860-1911), em uma apresentação que leva o título de ‘O Adeus em Música’.
A entrada é sujeita à lotação do espaço, que abrirá ao público a partir das 10h30. O local conta com estacionamento gratuito, sujeito à disponibilidade. O evento integra a Série Manuel Inácio da Costa, iniciativa que leva a OSBA a igrejas de Salvador.
Despedida em forma de música
O concerto ‘O Adeus em Música’ será uma oportunidade única de conferir de perto a interpretação de uma obra fundamental para a música sinfônica do século XX. A ‘Nona Sinfonia’ de Mahler carrega um forte tom de despedida não apenas pessoal, mas também de um mundo prestes a sofrer mudanças profundas nos âmbitos artístico e político. A obra é frequentemente descrita por estudiosos como um testamento musical, um adeus de Mahler à vida e à arte, perspectiva compartilhada pelo maestro Carlos Prazeres.
“A Nona Sinfonia não é apenas uma despedida pessoal de Mahler em relação ao mundo, mas também representa a própria morte em forma de música. Aqui, Mahler trava um diálogo com a morte de maneira mais serena e resignada. Por isso, escolhi o título ‘O Adeus em Música’ para esta apresentação”, explica o maestro.
Composta entre 1908 e 1909, nos últimos anos de vida do compositor, a Sinfonia Nº 9 é profundamente autobiográfica. Nesse período, Mahler já estava consciente de sua fragilidade física (ele sofria de problemas cardíacos) e havia perdido recentemente sua filha Maria, de quatro anos, vítima de difteria, em 1907. De toda sua obra, esta foi a última sinfonia concluída e a única cuja estreia, em 1912, ele não chegou a presenciar, pois faleceu pouco mais de um ano antes.
Mahler é considerado um dos últimos grandes compositores do período romântico, embora sua obra também seja vista como uma ponte para a música moderna. A Europa vivia, então, um contexto de instabilidade pré-Primeira Guerra Mundial, e sua última sinfonia traduz esse clima de despedida da vida, da era romântica e de um mundo que se transformava.
Foto: Taylla de Paula
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