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SPM PARTICIPA DA CÚPULA GLOBAL PELA TRANSIÇÃO AGRÍCOLA JUSTA QUE ACONTECE NA BAHIA COM REPRESENTANTES DE 20 PAÍSES

LUIZA SANTOS - 16/10/2025 18:29

A Secretaria das Mulheres do Estado da Bahia (SPM) participa da Cúpula Global pela Transição Agrícola Justa (JAT Summit), que acontece de 14 a 18 de outubro, nas cidades de Salvador e Pintadas, reunindo representantes de mais de 20 países para debater soluções sustentáveis e promover a justiça alimentar. O encontro propõe um diálogo global sobre práticas agrícolas regenerativas, valorização dos saberes tradicionais e fortalecimento do protagonismo das mulheres na agricultura.

Entre essas terça e quinta-feira (14 a 16), a programação aconteceu no Hotel Deville, em Salvador, com painéis, rodas de diálogo e celebrações culturais que conectam experiências locais às pautas globais de sustentabilidade. Nesta sexta e sábado (17 e 18), parte da Cúpula segue para o município de Pintadas, no semiárido baiano, onde os integrantes das delegações internacionais conhecerão experiências comunitárias de agroecologia e regeneração ambiental desenvolvidas por agricultoras e agricultores familiares da região.

A secretária das Mulheres do Estado, Neusa Cadore, participou da programação em Salvador, nesta quinta-feira (16), e ressaltou a importância das políticas públicas que fortalecem a agricultura familiar e promovem a convivência com o semiárido. “É um momento de muita força social de vários atores e que coincide com o retorno de um governo popular no Brasil, liderado pelo presidente Lula. Desde o início, a questão da fome foi tratada como prioridade, com políticas voltadas à agricultura familiar, à convivência com o semiárido e ao acesso à água. A Bahia tem cerca de 700 mil famílias que vivem da agricultura familiar em um território majoritariamente semiárido, o que exige políticas públicas consistentes. Hoje, colhemos os frutos de uma luta social que conquistou programas e legislações de apoio à agroecologia, ao cooperativismo e à economia solidária. A política dá mais certo quando se conecta com comunidades organizadas”, afirmou a secretária.

A chefe de gabinete da SPM, Neia Bastos, representou a SPM na abertura e boas-vindas às lideranças internacionais, enfatizando o protagonismo das mulheres na construção de um modelo agrícola mais justo e sustentável. “Foi um momento muito simbólico. Durante a mística de abertura, destacamos a força da terra e o poder das sementes, conectadas às lutas, à história, à ancestralidade e à presença das mulheres no desenvolvimento da vida humana. A troca de saberes, experiências e valores entre organizações de diferentes partes do mundo reafirma o sentido da nossa luta por um mundo mais justo, solidário e humano. A SPM, a Rede Pintadas e o Brasil integram um movimento global de mulheres de base, que reúne representantes da África, da América Latina e de várias regiões do nosso país, como Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo e Bahia. Essa conexão mostra a força da organização das mulheres na defesa de pautas como a agroecologia, a economia criativa e solidária e os feminismos. Fazer parte dessa rede global é de uma riqueza imensa. É muito significativo que um evento dessa importância aconteça aqui, na Bahia, em Salvador e em Pintadas”, afirmou.

Na quarta-feira (15), a coordenadora executiva de Articulação Institucional e Ações Temáticas da SPM, Lourivânia Soares, apresentou resultados da pesquisa sobre a incidência das mudanças climáticas no patrimônio cultural alimentar e na qualidade de vida das comunidades, com foco no semiárido. O estudo integra um conjunto de análises do Observatório Internacional de Perdas e Danos. Da região do semiárido baiano, a gestora da Plataforma de Mulheres de Resiliência da Rede Pintadas, Nereide Segala, também participa da Cúpula e ressaltou o impacto do encontro para as mulheres agricultoras. “Como gestora da plataforma de mulheres de base, vejo que esta Cúpula nos ajuda a refletir sobre essa transição de uma agricultura justa, principalmente para as mulheres agricultoras que vivem no árido, não apenas no Brasil, mas em diferentes partes do mundo. Muitas dessas mulheres agricultoras produzem alimentos com pouca ou nenhuma tecnologia, enfrentando condições duras e desiguais. A falta de acesso a tecnologias adequadas torna o trabalho mais pesado e limita a produção. Discutir uma transição justa é falar sobre dignidade e reconhecimento do papel essencial das mulheres na agricultura e na vida”, destacou.

A Cúpula Global pela Transição Agrícola Justa é promovida pela Oxfam Novib, com apoio da Huairou Commission e da Rede Pintadas, e celebra o Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro), reafirmando o compromisso coletivo por um futuro sustentável, inclusivo e solidário. Durante o evento, será assinada a Declaração dos Povos pela Transição Agrícola Justa, documento que expressa o compromisso coletivo com o fortalecimento de políticas públicas voltadas à segurança alimentar, agricultura regenerativa e produção de alimentos saudáveis.

Foto: Adriana Ituassu/Ascom SPM

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