O Centrão articula um contra-ataque ao Partido dos Trabalhadores (PT) após perder cargos na estrutura do governo federal. A movimentação ocorre uma semana depois de deputados do bloco contribuírem para a derrota da gestão Lula na MP das Bets.
O grupo concentra esforços na disputa pela vaga que será aberta no Tribunal de Contas da União (TCU) em fevereiro de 2026, quando o ministro Aroldo Cedraz completará 75 anos e se aposentará compulsoriamente.
A indicação, de responsabilidade da Câmara, havia sido prometida pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) ao PT, em troca de apoio do partido à sua candidatura à presidência da Casa. No entanto, líderes de partidos como União Brasil, PP e PSD avisaram que não pretendem manter o acordo e já se movimentam para disputar o posto.
De acordo com um dos caciques do Centrão, o PT não teria votos suficientes na Câmara para aprovar um nome ligado à sigla. Além disso, a posição fiscal petista é vista como incompatível com a agenda de partidos mais liberais, o que enfraquece a tentativa de emplacar um ministro no TCU.
Entre os nomes cotados no bloco estão os deputados Pedro Paulo (PSD-RJ), Hugo Leal (PSD-RJ), Elmar Nascimento (União-BA) e Danilo Forte (União-CE).
Após a derrota na MP, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), iniciou uma reorganização da base governista no Congresso, com foco em partidos do Centrão. Segundo ela, o movimento tem o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vamos reorganizar a base do governo e fazer as mudanças necessárias, com muita responsabilidade. Mas quem quiser estar no governo deverá ser voto do governo no Congresso”, afirmou Gleisi Hoffmann ao colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Nos últimos dias, PP, PSD, Republicanos e MDB perderam cargos em órgãos como a Caixa Econômica Federal, o Ministério da Agricultura e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados
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