As vendas do comércio varejista voltaram a crescer em agosto, registrando alta de 0,2% em relação a julho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (15). O avanço interrompe uma sequência de quatro meses de retração, mas reflete o ritmo lento da recuperação do consumo das famílias.
Apesar da melhora, o setor ainda sofre com o alto nível de endividamento e os juros elevados, que permanecem em torno de 15% ao ano. “Temos que lembrar que são cinco meses consecutivos com variações muito baixas, muito próximas de zero, tanto pra cima quanto pra baixo”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
No acumulado de 2025, o varejo apresenta crescimento de 1,6%, e em 12 meses, de 2,2% — o menor índice desde janeiro de 2024. Na comparação com agosto do ano passado, o avanço foi de 0,4%.
Cinco dos oito setores analisados registraram alta no mês, com destaque para Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (4,9%), Tecidos, vestuário e calçados (1%) e Artigos farmacêuticos e de perfumaria (0,7%). “O efeito dólar ajudou a reduzir os preços dos produtos de informática, tornando-os mais acessíveis ao consumidor”, observou Santos.
Os segmentos de Móveis e eletrodomésticos (0,4%) e Hiper e supermercados (0,4%) também tiveram desempenho positivo, enquanto papelarias e combustíveis registraram queda.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil