A comunidade de Bom Jesus dos Passos, na Baía de Todos os Santos, vive um momento histórico com a inauguração da primeira Usina de Beneficiamento de Pescado da região, marcada para o dia 16 de outubro. Nesta segunda-feira (13), a delegação italiana da Sardenha, que veio ao Brasil para acompanhar a inauguração do equipamento, será recebida, às 9h, na Associação Comercial da Bahia. A iniciativa é fruto do acordo de cooperação técnica internacional entre a ONG italiana Associação Voluntária Amici di Sardegna ETS e a Fundação Baía Viva, no âmbito do projeto “Apoio ao saber-fazer das mulheres”, que também conta com o apoio da Colônia de Pescadores Z3.
Reforçando os laços de cooperação internacional e a valorização das tradições marítimas, a delegação participará de agendas institucionais e técnicas ao longo da semana, incluindo visita à Associação Comercial da Bahia (ACB). “Este é um passo importante para dar visibilidade e sustentabilidade ao trabalho secular das comunidades marítimas da Baía de Todos os Santos. A união entre tradição e investimento é o que fará com que os produtos da pesca ganhem visibilidade, valor e mercado”, afirma a presidente da ACB, Isabela Suarez.
A nova usina promete transformar a rotina das marisqueiras e pescadores locais. “Essa usina não vai trazer beneficiamento só para os pescados. Vai trazer benefício para as pessoas, as marisqueiras, os pescadores, para toda a comunidade”, celebra Antônio Jorge Teixeira, presidente da Colônia de Pescadores Z3.
Com 100 m², o equipamento dispõe de bancadas e pias para higienização, caixas coletoras, depurador, fogão e freezers. Do mar até o consumidor, os mariscos passarão por etapas de lavagem, limpeza, cozimento, catação e congelamento, garantindo maior qualidade e valor agregado aos produtos. “Esse projeto vai abrir muitas portas para a gente. Vamos poder trabalhar com o pescado sabendo manusear com mais segurança e vendendo com mais qualidade”, diz a marisqueira Joseane Falcão, 47 anos, moradora da ilha desde que nasceu.
Com a inauguração da usina, começa agora a etapa prática de beneficiamento. “Na semana que vem, elas já terão aulas práticas para aprender a fazer outros produtos a partir do marisco, como linguiça, hambúrguer e patês. Começamos com 30 mulheres, mas as atividades serão abertas para toda comunidade”, explica Adriana Alencar, diretora da Fundação Baía Viva.
O empreendimento fortalece a economia local, amplia as oportunidades de renda e preserva o conhecimento tradicional das comunidades pesqueiras, promovendo inclusão produtiva com protagonismo feminino.
Foto: Antonella Mostisci/Fundação Baía Viva