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COM PARTICIPAÇÃO INÉDITA, MÉDICA BAIANA MARCA PRESENÇA EM CONGRESSO MUNDIAL SOBRE LIPEDEMA EM ROMA

João Paulo - 10/10/2025 10:47

A cirurgiã plástica baiana Deise Monteiro será a única representante do estado no Congresso Mundial de Lipedema, que acontece de 5 a 8 de novembro, em Roma, na Itália. Especialista no tratamento da doença, Deise apresentará um relato de caso de sucesso no controle do lipedema durante a menopausa, sem necessidade de intervenção cirúrgica – uma abordagem que reforça a importância do diagnóstico precoce e de tratamentos personalizados. Ao menos cinco milhões de brasileiras apresentam os sintomas, mas poucas sabem que se trata de uma doença, segundo indicativos do Instituto Lipedema Brasil.

O lipedema é uma doença vascular crônica e progressiva, caracterizada pelo acúmulo anormal e doloroso de gordura, principalmente nas pernas, quadris e braços. Muitas vezes confundido com celulite, o lipedema afeta quase exclusivamente mulheres e pode ser agravado por fatores hormonais, como a puberdade, gravidez ou menopausa. “É uma condição que impacta profundamente a qualidade de vida das pacientes, tanto física quanto emocionalmente”, explica Deise Monteiro.

O estudo que será apresentado em Roma descreve o protocolo que a médica aplicou em si mesma, com acompanhamento de uma equipe multiprofissional, ao longo de três meses. Portadora de um caso grave de lipedema, que poderia causar deformidade e sérias limitações de locomoção, Deise Monteiro obteve resultados significativos apenas com medicamentos, atividade física direcionada, drenagem linfática, dieta específica, musculação e fazendo uso de legging específica para lipedema, crucial para a realização de exercícios físicos e durante o dia a dia.

Sintomas e tratamento

Entre os principais sintomas do lipedema estão dor, sensibilidade ao toque, hematomas, inchaço constante e dificuldade de mobilidade, mesmo em pacientes com peso corporal adequado. De acordo com a médica, o diagnóstico ainda é subestimado e muitas mulheres passam anos sem saber que têm lipedema. “A falta de informação faz com que muitas pacientes convivam com dores e limitações que poderiam ser amenizadas com tratamento adequado”, destaca.

Embora a cirurgia, como a lipoaspiração específica para lipedema, seja uma das opções de tratamento, há casos em que o controle pode ser feito com mudanças de hábitos, como alimentação anti-inflamatória, drenagem linfática, atividade física regular e o uso de roupas compressivas, como aconteceu com a própria Deise Monteiro. “O caso que levarei ao congresso mostra justamente isso: como o acompanhamento multidisciplinar pode oferecer excelentes resultados mesmo em fases mais sensíveis, como a menopausa”, conclui a especialista.

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