sexta, 17 de outubro de 2025
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EVENTO INTERNACIONAL DA FUNDAÇÃO BRACELL DEBATE AVANÇOS E DESAFIOS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA

João Paulo - 08/10/2025 15:00 - Atualizado 08/10/2025

Nesta terça-feira, 7, ocorreu o 2º Simpósio Internacional de Educação Infantil, organizado em parceria pela Fundação Bracell, o Ministério da Educação, o Unicef, a Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do IEA/ USP, a Fundação Van Leer, o Itaú Social, e o David Rockfeller Center for Latin American Studies de Harvard em São Paulo. O evento reuniu especialistas nacionais e internacionais de referência no debate sobre políticas públicas voltadas à Primeira Infância.

Entre os palestrantes e debatedores estiveram Dana McCoy, professora associada de Desenvolvimento Humano e Educação Urbana e co-presidente do Programa de Desenvolvimento Humano e Educação (HDE) da Harvard Graduate School of Education, e Susan Fuhrman, professora Emérita da Universidade de Columbia, além de especialistas e representantes do MEC, UNICEF, Inep, Todos Pela Educação, Fundação Bracell, dentre outros.

“Queremos colocar a Educação Infantil como uma prioridade nacional, porque ela é a base de todo o desenvolvimento e precisa ser sólida. Isso exige o envolvimento de lideranças públicas e privadas, infraestrutura adequada, formação e remuneração justas para professoras e professores, além de experiências pedagógicas que valorizem o brincar com intencionalidade para a aprendizagem. Também é fundamental avaliar o desenvolvimento das crianças, para que possamos falar efetivamente de qualidade – e não apenas de vagas. Nesta segunda edição do simpósio, queremos estimular essas reflexões e fortalecer esse compromisso”, afirmou Eduardo Queiroz, diretor-presidente da Fundação Bracell, na sua fala de abertura.

A importância da qualidade na Educação Infantil é uma preocupação permanente da entidade. “A criança que não tem acesso a uma educação de qualidade na primeira infância enfrenta os desafios da vida com chances reduzidas de desenvolver plenamente seu potencial ao longo da vida. Essa ainda é a realidade de muitas crianças em situação de vulnerabilidade”, explicou.

Voltada a pesquisadores, gestores públicos e de organizações do terceiro setor, a programação promoveu discussões sobre a priorização da Educação Infantil, dados e evidências para a implementação de políticas públicas com qualidade, implementação e escalabilidade dessas políticas, práticas pedagógicas para a educação infantil de qualidade e o papel do Regime de Colaboração na efetivação das normativas para a Educação Infantil.

As políticas educacionais para a primeira infância do Brasil foram elogiadas por Dana McCoy: “O país tem feito um bom trabalho no que se refere ao acesso às políticas de aprendizagem e desenvolvimento integral”.

Durante sua fala, a especialista defendeu que a educação infantil deve evitar um enfoque academicista: “É necessário que se faça uma abordagem holística, incentivar uma pedagogia que sabemos que ajuda as crianças em todas as dimensões do desenvolvimento”.

“Precisamos de mais investimentos e produzir oportunidades para que todas as crianças tenham uma educação de qualidade. Enfatizar o desenvolvimento integral é importantíssimo”, concluiu Dana.

A professora Susan Harriet Fuhrman abordou o tema “Lições da Academia sobre Implementação de Políticas Públicas”, destacando o papel fundamental dos professores no êxito das políticas educacionais. Segundo a especialista, o sucesso e a eficácia de uma política pública estão diretamente ligados à articulação com outras políticas complementares que a fortaleçam.

Fuhrman destacou que a formulação de políticas públicas envolve escolhas entre estratégias que tornam a implementação mandatória, as que apostam na introdução de incentivos – financeiros ou não – para induzir a atuação dos agentes implementadores e o desenvolvimento de capacidades.

Ela também destacou os principais desafios enfrentados pelos formuladores de políticas na implementação e os principais focos de atenção: a formação dos profissionais envolvidos, o sequenciamento e planejamento realista da implementação e a análise do contexto para identificar elementos que possam estar na contramão da proposta de implementação.

O simpósio contou ainda com a participação de André Lázaro (Fundação Santillana), Carlos Eduardo Sanches (especialista em Educação), Valdoir Pedro Wathier (diretor de Monitoramento, Avaliação e Manutenção da Educação Básica do MEC), Mônica Pinto (chefe de Educação do UNICEF Brasil), Anita Gea Martinez Stefani (diretora de Apoio à Gestão Educacional do MEC), Daniel Domingues dos Santos (coordenador do LEPES/FEA-RP/USP), Ernesto Faria (diretor Executivo do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), Hilda Linhares (diretora de Avaliação da Educação Básica do Inep), Alexsandro do Nascimento Santos (diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do MEC), Binho Marques (consultor em Gestão de Políticas Públicas e Educação), Olavo Nogueira (diretor Executivo do Todos Pela Educação), Beatriz Cardoso (diretora do LabEdu – Laboratório da Educação), Minéa Paschoaleto Fratelli (subsecretária de Educação do Município de Guarulhos/SP), Mônica Correia Baptista (professora da Faculdade de Educação da UFMG e coordenadora do Programa Letra e Escola da Educação Infantil), Carolina Velho (especialista em Educação Infantil do UNICEF Brasil), Celi Corrêa Neres (vice-presidente na Região Centro-Oeste do Fonacedi – Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais e Distrital de Educação), Adenilse Stein Silva (GT de Educação Infantil da Undime), Rita Coelho (coordenadora-geral de Educação Infantil do MEC) e Mozart Neves Ramos (titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP – Ribeirão Preto).

Também contribuíram com o debate Claudia de Freitas Vidigal (Fundação Van Leer), Helena Monteiro (David Rockefeller Center for Latin American Studies – Universidade de Harvard) e Patrícia Mota Guedes (Itaú Social).

Foto: Carmen Fernandes

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